Stern observou, filmou, analisou, estudou e descreveu muitas das interações entre mães e bebés, e de vários desses momentos, retirou uma panóplia de conclusões que deram origem a conhecimentos fundamentais que ainda guiam determinadas práticas de profissionais peritos nesta área.

Uma das suas primeiras grandes afirmações dita que a "mãe e o bebé, quer estejam conscientes disso, ou não, sabem mais do que nós sobre as suas próprias interações sociais (...). A mãe está envolvida num processo natural com o bebé, um processo que se desdobra com uma complexidade fascinante para o qual, ela e o bebé estão preparados por milénios de evolução". Motivo pelo qual, na grande maioria das vezes, o que fazia, era observá-los.

Da análise destas primeiras interações concluiu que as interações sociais naturais existentes entre ambos, constituem-se das experiências mais cruciais na primeira fase de aprendizagem do bebé.

Ao fim de alguns meses, o bebé desenvolve a capacidade de compreender alguns esquemas do rosto humano, voz, tato, e dentro destas categorias, ele reconhece o rosto, voz, movimentos específicos da pessoa que mais cuida dele - normalmente, a mãe. Para além disso, apreendeu pistas sociais que têm efeito mútuo para iniciar, manter, terminar e evitar interações com a mãe.

Pode-se afirmar que o comportamento maternal é a matéria do mundo exterior com a qual o bebé começa a construir o seu conhecimento e a experiência de tudo o que é humano, assim como é interessante verificar que as mães agem com os bebés de uma forma diferente de como agem com outros adultos ou crianças mais velhas, sendo que, cada pessoa desenvolve o seu próprio estilo de comportamento, de acordo com a sua personalidade, e/ou de acordo com o seu bebé.

Seja através das expressões faciais, do tom de voz, do que verbaliza e da forma como o faz, da proximidade, do olhar, do toque, etc., várias são as formas pelas quais mãe e bebé comunicam e interagem, sendo este, de acordo com Stern, um "processo individual e intrincado - de improvisação, no local de comportamentos inesperados que vêm de dentro, de criação espontânea e mudança de padrões temporais e sequências de comportamento que nunca antes tinham sido manifestados dessa maneira, e que, no entanto, são observados milhões de vezes".

As explicações são da enfermeira Ana Vale, especialista em saúde mental.