Exaustão, desespero e ansiedade, são expressões que não raras vezes acompanham o desabafo dos pais para descreveram as noites – e também dias – chegado o momento do sono do bebé. Choro e inquietação acompanham as horas que deveriam de ser de paz e harmonia. Para conciliar os pais e os seus bebés, a terapeuta e conselheira de amamentação, Constança Cordeiro Ferreira, a “Fada dos Bebés” como é carinhosamente conhecida, assina o livro “Dias Felizes, Noites Tranquilas” (edição Arena).
Pretexto para falarmos com a especialista que, em 2008, iniciou um trabalho junto de famílias com bebés que choravam de forma inconsolável. Constança que se define como paciente e curiosa, concebeu um método que observa e analisa o que o bebé já viveu, a forma como se relaciona com o mundo externo e o reconcilia com o sono.
Trabalho de investigação e compreensão que já pôs Constança em contacto com perto de cinco mil famílias e traz na génese um princípio de fácil apreensão: “a transição para o sono devia de ser sempre pacífica, fácil e sem dramas”, sublinha Constança, mãe de três crianças.
Mas como o fazer? Há que saber “ler” os sinais do bebé e criar o ambiente propício que encaminhe para o sono, com recurso a técnicas de relaxamento, regulação e comunicação.
Oportunidade, ainda, para falarmos sobre mitos como o do “bom sono” do bebé, associado a um dormir profundo. A terapeuta de bebés é crítica em relação a alguns comportamentos, como deixar o bebé chorar até dormir e adianta que, desta forma se “opera num paradigma de despersonalização do bebé: quase como se não sentissem as coisas como os adultos”. Constança chama-lhes mesmo métodos “bárbaros” e traumáticos.
A fundadora do Centro do Bebé, relembra-nos que “são os pais que fazem a magia acontecer. Eu só ‘traduzo’ o bebé”.
A Constança é conhecida como a “Fada dos Bebés”. Como nasceu esta expressão?
Essa expressão nasceu espontaneamente logo nos primeiros anos do meu trabalho, por parte de uma mãe. Aos poucos, foi passando entre mães e acabou por ficar muito associada ao meu trabalho. Julgo que nasceu do facto de, realmente, os pais verem muita diferença nos seus bebés: o choro diminuía drasticamente, era mais fácil interpretar o bebé, dormia melhor, sentiam mais confiança. Dizem que parece “magia”, mas a verdadeira magia é sempre aquela que resulta do entendimento e compreensão dos pais sobre os seus bebés e daquilo que ele proporciona a todos os níveis. Não havendo um nome específico para aquilo que é na verdade o meu trabalho, acho carinhosa esta expressão, mas quero muito que os pais saibam que são eles que fazem a magia acontecer. Eu só “traduzo” o bebé e dou um empurrão nessa sintonia.
Porque de debatem os bebés contra o sono?
Há muitas razões e depende do bebé e às vezes até do que está a acontecer em cada momento do dia. Pode acontecer o bebé ter já uma relação com o sono muito difícil e de grande tensão ou o momento de adormecer ser uma tortura para os pais e, nesse caso, o stresse e o conflito vão atrasar muito a entrada no sono. Não há um conjunto hormonal adequado ao adormecer e é preciso alterar essa realidade: a transição para o sono devia sempre ser pacífica, fácil e sem dramas. Por outro lado, e isto é algo que nasce da base da minha observação destes milhares de bebés, à medida que o bebé cresce vai consumindo mais informação e estímulos e isso tem de ser organizado antes dos sonos, principalmente antes dos sonos que eu chamo “nobres”, ou seja, aqueles que vão necessitar de mais organização prévia.
O que os pais veem como luta contra o sono é, muitas vezes, o bebé a dizer-lhes: eu preciso de dormir, mas não posso adormecer neste estado de desorganização e ativação. É preciso construir uma escada entre este estado e o momento da transição para o sono. O que é engraçado é que descobri que os bebés querem fazer trabalho nesse processo e usar os seus próprios recursos: eles não querem ser adormecidos a correr e sem terem qualquer expressão nesse adormecer. Pelo contrário. Então eu explico aos pais porque é que possivelmente o bebé chora, mal entra num quarto às escuras, ou se debate contra o colo e o embalo. E proponho uma abordagem diferente, de verdadeira organização neuro-sensorial da maneira que o bebé nos mostra que funciona. Esse é o período que antecede a transição para o sono e que chamo de relaxamento. É um relaxamento específico e que é uma das bases do meu método.
Pode acontecer o bebé ter já uma relação com o sono muito difícil e de grande tensão ou o momento de adormecer ser uma tortura para os pais e, nesse caso, o stresse e o conflito vão atrasar muito a entrada no sono.
O sono do bebé é diferente do dos adultos?
Muito diferente. Os bebés dormem de forma mais descontínua, mais despertável e mais influenciável pelo que acontece no seu dia e a informação que recebem, do que o adulto. E há razões biológicas para que assim seja: é preciso entender que a maneira como a fisiologia do sono do bebé está preparada é protetor para ele próprio e em última instância está adequada à sua própria sobrevivência. Não é suposto um bebé dormir da mesma forma de um adulto e tem de se quebrar esta ideia de que o “bom sono” para um bebé é só um sono profundo ou solitário por exemplo. Nos primeiros tempos não é isso que o bebé precisa, sequer.
Em concreto que diferenças encontramos?
Em termos de diferenças concretas face ao adulto, nas primeiras semanas de vida é diferente porque o bebé tem uma organização de sono que não é ainda madura do ponto de vista circadiano [diferença dia/noite]. Ele organiza o seu sono ainda numa perspetiva ultradiana, ou seja, os blocos vão ser sempre parecidos entre si, os momentos de sono estão muito associados às mamadas e o bebé vai dormir de forma semelhante, regular e com intervalos curtos, seja de dia ou de noite. Às vezes até pode acontecer o que os pais chamam de “sonos trocados” ou seja o maior período acordado ser a noite e não de dia.
O padrão circadiano vai amadurecendo e é natural que a partir dos dois/três meses já seja muito visível a diferença dia/noite. No entanto, sabemos que esse amadurecimento continuará até aos quatro/seis meses. A partir dessa idade, há alterações em termos de maturidade circadiana, mas também do próprio ciclo de sono do bebé que vai sofrer alterações: as suas fases ficam mais bem definidas.
O bebé continuará a dormir em ciclos mais curtos do que o adulto (45-60 minutos e o ciclo do adulto tem quase o dobro de duração) mas em termos da sua arquitetura do sono já são mais semelhantes. O ciclo fica mais sofisticado e diferenciado e possivelmente isso acontece porque o bebé agora já consome mais informação, fica mais tempo acordado e as fases do ciclo de sono vão ter um papel também processador e arquivador dessa mesma informação.
Ou seja, um processo de amadurecimento por parte do bebé?
O que é importante os pais perceberem é que, tal como a marcha, a linguagem ou outras aquisições da vida do bebé, também o sono é algo que está em amadurecimento e consolidação. O sono não vai estabilizar em progressão geométrica, com o bebé a dormir cada vez melhor de mês para mês. Ao longo dos primeiros 18 meses de vida é natural que o sono vá amadurecendo e consolidando, mas muitas vezes com alguns momentos de instabilidade que são transitórias, como as fases de desenvolvimento mais intensas. O meu novo livro explica isso, mas propõe estratégias que vão precisamente diminuir o impacto dessas fases e manter o sono o mais estável possível ao longo das várias etapas do desenvolvimento.
Chegam-me muitos bebés a quem o treino de sono foi proposto prolongadamente e em que houve muito choro envolvido. Muitos desses bebés estão de facto a dormir pior.
É comum ouvirmos expressões como “deixei o bebé chorar até adormecer, venceu o cansaço”. É correto usar como estratégia este caminho?
Naturalmente que não. Nunca o faríamos a um adulto. Seria absolutamente desumano e antiético vermos alguém em dificuldade a chorar, a pedir ajuda e propormos a outro alguém que não reagisse a esse pedido. Só se faz isto com bebés e crianças pequenas porque continuamos a operar num paradigma de despersonalização do bebé: quase como se não sentissem as coisas como os adultos. E então continuam a propor-se coisas bárbaras, mascaradas de algo supostamente científico.
Vendo bem, adormecer a chorar é até absolutamente absurdo em termos fisiológicos: precisamos de cortisol diminuído para ter transições fáceis para o sono, não de picos de stress e dificuldade e angústia no momento de dormir. Continua a chocar-me que esta seja no fundo, bem escamoteadas as coisas, apenas aquilo que tantos profissionais continuam a ter para oferecer aos pais. Não vai muito além disto na verdade, continua a resumir-se muito a intervenção no sono do bebé a esta obsessão com a autonomia do mesmo no momento do adormecer, mesmo que esta seja conquistada a custo de lagrimas para pais e bebés. Para mim é absurdo e queria muito alertar que não é uma prática isenta de risco ou efeitos secundários: chegam-me muitos bebés a quem o treino de sono foi proposto prolongadamente e em que houve muito choro envolvido. Muitos desses bebés estão de facto a dormir pior: híper vigilantes, com sono híper fracionado e inquieto e transições terríveis no momento de adormecer. Alguns bebés nessa situação que me chegaram depois de intervenções desse género, não aceitavam sequer entrar no quarto ou ser pousados após adormecer.
Ainda em linha com a pergunta anterior: banho, histórias para adormecer, música ambiente, massagens, são bons meios para encaminhar o bebé para o sono?
Aquilo que habitualmente é proposto para o relaxamento do bebé são coisas que os adultos acham relaxantes. O bebé não está necessariamente de acordo com isso e quem decide se relaxa ou não na verdade é o bebé. Eu gosto de criar ambientes multissensoriais com as preferências do bebé, mas, depois, ser o bebé a mostrar o que quer fazer antes de dormir. No livro há uma grelha muito completa dos vários interruptores sensoriais e a forma como os pais podem combiná-los para obter relaxamento, continuidade e apoio na transição para o sono.
Banho e massagem habitualmente não relaxam, de facto, o bebé, são ótimos, mas, muitas vezes, até de um ponto de vista de ativação e estimulação, não são algo que eu costume propor imediatamente antes de dormir. A história é excelente no encadeamento, mas se o bebé está a aprender a falar naquela fase mais intensamente, provavelmente vai ser estimulante. É preciso observar cada bebé e perceber que mais do que “fazer coisas” antes de dormir é muito mais importante criar o ambiente e deixar o bebé liderar o sentido de nos mostrar o que quer ou precisa de fazer connosco antes de dormir.
Como chegou ao seu método?
Através da observação. Ao longo de mais de 12 anos observei milhares e milhares de bebés. Nunca tive pressa em querer intervir nos bebés. Sou mesmo paciente e curiosa: gosto de trabalhar diretamente com o bebé, de ir para o chão com ele, de o deixar mostrar o que gosta e não gosta, não o que eu acho que ele devia gostar. Tenho uma postura que é a de partir do princípio que o bebé tem sempre um motivo valido para o seu comportamento. Então, em vez de começar logo a modificar esse comportamento, eu quero percebê-lo.
O meu trabalho não começou no sono começou com bebés que choravam inconsolavelmente. A minha intervenção tem em conta sempre o que o bebé já viveu, a forma como ele se está a relacionar com o mundo externo. No choro, não me podia basear no que era suposto os bebés fazerem ou não; tinha de decifrar o porquê do choro e ajudar os pais a entenderem-no e a conseguirem sair dele. No fundo, a encontrarem mais equilíbrio, alegria, paz. Quando comecei, há muitos anos, a observar o que se passava no sono, percebi que os mecanismos são os mesmos: quanto mais neuro-regulação, quanto menos stresse, melhor o bebé dorme. Então comecei a adaptar as estratégias de regulação e relaxamento especificamente ao sono. E os resultados foram ‘brutais’. Depois comecei a estudar muito a fisiologia do sono e percebi com espanto que muitas das coisas que são propostas para o sono do bebé são contraditórias a isto e até aos próprios mecanismos fisiológicos do sono. Há muito estudo, muita formação, muita reflexão, mas sem partir da observação paciente e prolongada ao longo de todos estes anos eu nunca poderia ter chegado a este método. Seria impensável escrever este livro com três ou quatro anos de prática por exemplo. Está aqui mais de uma década de trabalho direto com milhares de bebés.
Quer descrever sucintamente o seu método?
No fundo, este método baseia-se em algumas das estratégias base que utilizo no meu trabalho. Dou ferramentas aos pais: a primeira é o mapa do dia do bebé em que vamos perceber o que ele precisa e quer fazer ao longo do dia, consoante o seu estado neuro-hormonal em cada momento. Quando é que o bebé quer estímulos mais intensos, quando é que quer repetições, etc. Nesse mapa compreendemos também onde são necessárias as sestas e que tipo de sestas são. Trato as sestas ao longo do dia sempre de maneira diferente.
Depois, explico a importância de criar condições nos sonos importantes em termos de relaxamento, transição e continuidade. A proposta de inputs sensoriais é muito importante nestes aspetos e explico detalhadamente como combiná-los. O livro inclui precisamente uma playlist composta pela Rita Redshoes que é mais do que música, são faixas que integram as minhas técnicas em termos de resultado de neuro-regulação. Depois, há um aspeto muito importante neste método que é o trabalho na horizontalidade, a utilização do que chamo o plano aberto, que no fundo vai ser um campo de entendimento e trabalho antes do sono em que o bebé nos pode mostrar o que quer e precisa de deixar resolvido antes de dormir.
A minha abordagem é sempre a prevenção natural do despertar, mas também dou muitas estratégias para os pais lidarem com eles se acontecerem, e alguns planos SOS para fases específicas como o regresso ao trabalho, entrada na creche, etc. É uma abordagem que faz intervenção nos vários fatores que interferem habitualmente no sono.
O que distingue o método da Constança de outros métodos? Chega mesmo a designá-los Napalm.
No fundo, este método é diferente porque é o único que parte do trabalho real e da observação direta de bebés. É único porque assenta maioritariamente na neuro-regulação para o sono, com verdadeiro relaxamento e não assente numa matriz comportamental de “treino”. Não conheço nenhum outro no mundo e muito menos em Portugal que parta destas premissas. Não há nenhum método para o sono que tenha em conta as experiências individuais do bebé e a forma como estas têm impacto na sua relação com o sono, nomeadamente nas questões do trauma perinatal, que são um vetor muito importante no meu trabalho com bebés.
É um trabalho multidisciplinar?
Trabalho em articulação com psicólogos, psiquiatras, pediatras, pedopsiquiatras, médicos do sono. A vertente clínica não é a minha e é preciso trabalhar em equipa em alguns casos. Mas a minha abordagem é, à partida, completamente diferente de outros “terapeutas de sono” porque estas quase nunca têm uma vertente de trabalho direto com o bebé, de perceber os seus motivos, a sua capacidade de neuro-regulação, como reage ao toque e aos outros vetores sensoriais. No fundo, não trabalham com o bebé, não procuram observá-lo e descodificá-lo. E esse é o meu ponto de partida.
Há um grupo na Austrália que está a trabalhar de forma em alguns pontos semelhante à minha forma de trabalhar, nomeadamente no que capacita a família para fazer, não elegendo como prioritária a matriz comportamental. Há diferenças na abordagem, mas é à partida uma intervenção muito mais fisiológica do que os clássicos métodos de treino de sono. A expressão napalm na fisiologia do sono uso-a porque muitos destes métodos propõem de facto coisas que são antagónicas ao conjunto hormonal que queremos promover para o sono, como sonos semelhantes entre si, sempre com as mesmas associação ao longo de um dia inteiro ou mesmo trabalhar-se a autonomia a todo o custo, mesmo envolvendo choro e recusa, o que, como já expliquei antes, devia ser tudo o que não desejávamos para pais e bebés no momento de adormecer.
O comportamento da família onde o bebé se insere tem influência direta no seu sono? Pode dar-nos alguns exemplos concretos caso haja influência?
Acima de tudo, o momento de adormecer tem de ser agradável, propiciar segurança e confortável para o adulto e o bebé. Se causar stresse e ansiedade no adulto, o bebé fará uma leitura hormonal do contexto como não sendo seguro para poder dormir e isso vai atrasar a entrada no sono. Criar rituais que envolvam o equilíbrio de conforto e prazer para ambos é fundamental. Depois, naturalmente, as rotinas desajustadas, dias sem previsibilidade nenhuma, ecrãs em excesso, falta de atividade e expressão física, défice de estímulos interessantes ao longo do dia, falta de exposição à luz natural e até situações como ansiedade ou depressão nos cuidadores, tudo isto pode ter impacto na maneira como o bebé vai dormir.
Um choro anómalo, gritado, fora do normal do que o bebé costuma fazer ou, por oposição, a prostração ou o gemido devem ser sempre motivo para procurar avaliação médica com urgência.
O choro é uma forma do bebé comunicar. Quando se torna este choro um sinal de que algo está menos bem?
Um choro anómalo, gritado, fora do normal do que o bebé costuma fazer ou, por oposição, a prostração ou o gemido devem ser sempre motivo para procurar avaliação médica com urgência. Fora estes casos que despertam mais preocupação, ainda assim defendo que o choro do bebé não deve ser desvalorizado. É uma linguagem, mas é uma linguagem de alguma forma tardia, ou seja, o bebé utiliza-a para nos dizer quando já não está a conseguir. O choro ativo, em escalada, tem custos metabólicos, eleva os níveis de cortisol, chegando a um momento em que os próprios bebés já não conseguem sair desse estado e não conseguem acalmar-se imediatamente mesmo que a causa já tenha sido atendida. Esse é o choro inconsolável. Não há benefício em chegar a esse ponto, portanto “deixar chorar” não é nunca uma boa proposta. Agora, o choro como linguagem é algo que os pais vão conhecendo no seu bebé e ao ganharem pratica em atendê-lo vão também percebendo cada vez melhor se de repente algo surge que não é habitual.
Como sabemos, muitos bebés vão em tenra idade para berçários com ritmos diferentes dos domésticos. Neste contexto, corremos o risco de indisciplinar o bebé no que respeita ao sono?
Todas as novidades implicam um tempo de adaptação para o bebé. Naturalmente que sendo o sono algo que pressupõe uma enorme confiança no ambiente e em que está lá para cuidar, não será a primeira coisa a consolidar-se num processo de adaptação à creche. Quanto mais carinho, afeto, conforto físico as educadoras e auxiliares tiverem pelo bebé melhor ele se conseguirá adaptar, mesmo que para alguns bebés esse processo seja mais difícil. Para os pais, adaptações graduais serão a partida melhores, mas devem observar como o bebé reage e acima de tudo estarem recetivos para reforçar muito a segurança do bebé em casa, para o terem o mais tranquilo possível a esta adaptação. Os bebés são extremamente resilientes e se os observarmos e os acarinharmos e nos adaptarmos ao que nos dizem que conseguem ou não, a adaptação será sempre melhor.
É comum querermos criar uma rotina de sono no bebé, replicando dia após dia. É um bom princípio?
O melhor princípio de todos é ter dias com encadeamentos que façam sentido, naturalmente previsíveis, mas que na sua organização criem bem-estar para a família e façam sentido do ponto de vista fisiológico. É bom deitar cedo, mas não tem de ser às 19h30 ou às 20h00 em todas as casas por exemplo. A rotina ideal é aquela que replicamos, não em esforço, mas porque é boa e nos faz sentir bem. E não ter medo das fugas à rotina. Quando o sono é algo que se faz de forma natural e verdadeiramente prazerosa, não vai desmoronar-se só porque um dia fomos jantar fora ou deitamos mais tarde. Previsibilidade, prazer, alegria e tempo para estarmos com quem amamos: essa é a melhor rotina. Não a folha de ‘Excel’ opressiva em que tentamos encaixar o nosso bebé à força.
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