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Diogo Portugal estreia-se hoje, dia 19 de fevereiro, em Portugal com o seu espetáculo de comédia. O conhecido humorista brasileiro irá atuar esta quarta-feira em Lisboa, no Teatro Villaret, e amanhã, dia 20, no Porto, no Teatro Sá da Bandeira. 'Faz-Me Rir Em Portugal' é um espetáculo pensado para o público que vive por cá, prometendo arrancar muitas gargalhadas.
É a primeira vez que vem a Portugal com o seu espetáculo. Quais as expectativas?
Sim, estou muito empolgado e com todo gás, porque apresentar em Portugal é um sonho de longa data.
Por ser a primeira vez que me apresento cá, optei por não fazer um espetáculo específico e ter a liberdade de transitar pelos materiais do novo espetáculo assim como os meus espetáculos passados!
Ao fim de 30 anos de carreira ainda se fica nervoso por subir ao palco?
Sim, cada espetáculo é uma experiência nova e em todos tenho testado piadas novas, material que ainda não automatizei, daí a adrenalina! Será que vou lembrar? Será que vou entregar certo? Será que vão rir? Sempre um desespero prazeroso, é isso que me move.
Adaptou o espetáculo ao público ou serão os mesmos conteúdos?
Vai ter assunto sobre os acontecimentos recentes e referências locais, assim como materiais atemporais que haviam sido escritos anteriormente. Tópicos como relacionamento, tecnologia e política fazem sempre parte do meu material.
Acho os portugueses extremamente educados e hospitaleiros. Adoro a forma com que pronunciam a palavra excelente...
Percebi por um vídeo que partilhou no Instagram que deixou vários conselhos aos brasileiros que visitam Portugal. Alguma vez viveu uma situação mais caricata com um português?
Acho os portugueses extremamente educados e hospitaleiros. Adoro a forma com que pronunciam a palavra 'excelente'... Brasileiro falando parece que está soletrando e-xce-len-te! Vocês facilitam a pronúncia e é só 'excelent'... quase que um T mudo! Estou sempre aprendendo palavras e os seus diferentes significados entre o português de Portugal e o chamado brasileiro. Mas não pretendo adaptar muitas palavras ou forma de falar, porque sei que os portugueses já se acostumaram com a nossa forma de falar e porque assim não perco a essência!
Para quem não o conhece, como é que se apresentaria? Qual o seu tipo de humor?
É uma apresentação que não costumo chamar de espetáculo, é quase uma terapia em grupo. O roteiro não tem uma ordem certa e pode mudar de acordo com o que acontece durante alguma interação com a plateia, mas basicamente é um espetáculo de observações onde o meu objetivo é fazer a plateia se identificar com os assuntos e fazer o público refletir.
É difícil fugir ao politicamente correto que assombra tanto a comédia atualmente?
Sim, estamos vivendo tempos complicados, não dá para se privar da liberdade de expressão por conta de algumas pessoas que ficam excessivamente ofendidas. Precisamos de um meio termo e os meus espetáculos contêm algumas verdades. Vale a pena vir assistir, tenho a certeza que irão gostar porque tem funcionado muito [bem].
Como têm corrido os espetáculos da sua digressão na Europa?
Todos estão indo muito bem! Estou muito feliz com o resultado e também com a pressão de criar novos materiais para cada lugar. Isso exige pesquisa para criar as piadas, uma corrida contra o tempo, mas depois de feito é muito prazeroso.
Dizem que vinho caro não dá dor de cabeça, mas este vinho francês está nos dando uma grande dor de cabeça!
Foi processado em tribunal por causa de um vinho alentejano. Afinal, o que se passou?
Eu e os meus amigos Danilo Gentili e Oscar Filho - com quem tenho um grupo de stand up chamado Stand Up Raiz - decidimos lançar um vinho produzido no Alentejo e importado para o Brasil. O vinho é uma paródia aos rótulos tradicionais de vinhos de alto custo, mas o nosso vinho é de preço popular e com boa qualidade. Colocamos o nome de 'Putos', que aqui significa meninos.
O vinho tem as nossas caras no rótulo e contém o slogan: "Nunca fomos sem graça, você é que bebeu pouco vinho". O vinho é um sucesso de vendas, porém fomos processados por uma marca francesa que tem um dos vinhos mais caros do mundo, o Petrus, alegando que o nosso vinho desabona e parasita a marca deles.
Um vinho de sessenta reais [10 euros] parasitando um de sessenta mil reais [10.000 euros]... Quem iria realmente confundir? Fomos proibidos de vender vinho e o processo corre na justiça. Esperamos bom senso na decisão final. Dizem que vinho caro não dá dor de cabeça, mas este vinho francês está nos dando uma grande dor de cabeça!
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