Os trabalhadores que fazem pausas entre tarefas sentem-se, depois, mais ansiosos e stressados por terem parado. A tese é defendida por um novo estudo, realizado por investigadores da Universidade de Sussex, em Inglaterra, que a publicação especializada Computers in Human Behavior acaba de divulgar. A culpa é dos e-mails, assegura Emma Russell, a psicóloga e conferencista britânica que coordenou este trabalho científico.
"Apesar das melhores intenções das soluções [tecnológicas que foram] desenvolvidas para otimizar o bem-estar dos empregados, evitando que acedam aos e-mails fora dos períodos de trabalho para os libertar do stresse, esta política não é bem aceite pelos que priorizam a sua performance laboral e os objetivos [que têm para atingir], preferindo [continuar a] trabalhar para completar as tarefas [que têm]", garante a investigadora.
Apesar de muitos preferirem não parar para descansar e dos que o fazem ficarem depois ansiosos por o terem feito, as pausas laborais são necessárias, para desligar, para relaxar o cérebro e para evitar conflitos familiares, como avança um estudo da Universidade Autónoma de Madrid, que garante que uma simples pausa durante o dia é suficiente para o conseguir. A pressão laboral diária potencia conflitos entre a família e o trabalho e, por vezes, uma sensação de esgotamento, mas o simples facto de se fazer uma pausa durante a jornada laboral para tomar café, por exemplo, impede que os problemas laborais afetem demasiado a vida familiar.
Esta foi a principal conclusão de um estudo publicado no Journal of Vocational Behaviour, realizado por uma equipa de psicólogos, que garante ainda que estas pausas aumentam a vitalidade do trabalhador. A investigação identificou um padrão diferencial do conteúdo da expressão emocional, que pode ser positiva ou negativa, bem como o lugar onde se expressa essa emoção, que ocorre em ambiente profissional ou familiar.
Expressar emoções positivas, no trabalho ou fora dele, com amigos ou familiares, ajuda a equilibrar a relação entre a vida profissional e a pessoal e permite, ainda, desfrutar de um maior nível de energia ao final do dia, asseguram os autores deste trabalho. Os autores de um novo estudo da Saïd Business School, estabelecimento de ensino afeto à Universidade de Oxford, em Inglaterra, agora divulgado, também investigaram o tema.
Pode a (in)felicidade dos empregados afetar a sua produtividade? Durante seis meses, Clement Bellet, Jan‐Emmanuel De Neve e George Ward, coordenadores da pesquisa, monitorizaram semanalmente o estado de espírito dos trabalhadores de um dos call centers de vendas da operadora de telecomunicações British Telecom. "Verificámos que as vendas aumentam cerca de 13% nos períodos em que estão mais felizes", concluíram.
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