São muitos os que o pensam mas poucos os que têm coragem de o fazer. Insatisfeito com a vida que tinha, Juan Fernando Campo, natural de Medellín, no norte da Colômbia, que trabalhava como diretor de marketing numa empresa, não pensou duas vezes. No dia 1 abril de 2016, decidiu despedir-se para fazer uma das coisas que mais gosta na vida, viajar. Dias depois, pegou na mochila e fez-se à estrada. A partir daí, nunca mais parou.
"Renunciei ao meu trabalho para lutar pelo meu sonho", assume, sem rodeios, na conta de Instagram do seu alter ego, Juanito Viajero, a nova designação que entretanto adotou. "Estava cheio de medo de sair da minha zona de conforto mas já não aguentava mais o caos em que a minha vida se tinha tornado", confidencia o colombiano. Depois de muito pensar, decidiu homenagear uma das familiares mais próximas, uma das avós.
"Escolhi o nome Juanito Viajero porque a minha avozinha sempre me chamou Juanito e também por uma estratégia de marketing. Achei que funcionaria melhor do que Juan Viajero porque teria um maior impacto emocional nas pessoas", revela Juan Fernando Campo. Depois de decidir que passaria a viver das suas viagens, resolveu criar (novas) contas nas redes sociais. Hoje, ao contrário de antes, soma milhares de seguidores.
Mas o início não foi fácil. "Durante muito tempo, só tive uma seguidora no Instagram, a minha mãe e, quando convidei os 300 amigos que tinha no Facebook a seguir a minha [nova] conta, só 10 é que aceitaram", desabafaria mais tarde. Ainda assim, não voltou atrás, como pode ver na galeria de imagens que se segue, até porque ambicionava visitar Santorini na Grécia, as pirâmides de Gizé no Egito e a Grand Muralha da China.
Na altura em que decidiu mudar de vida, Juan Fernando Campo já tinha visitado vários países, incluindo Portugal. "Estive aí há cerca de sete anos, em Lisboa e no Porto", revelou em entrevista ao Modern Life/SAPO Lifestyle. "Adorei o vinho do Porto, o castelo de Sintra e a fabulosa arquitetura de Lisboa. Gosto muito do vosso país", assume o viajante que, sempre de mochila às costas, não para de um lado para o outro.
Uma das maiores viagens que fez durou 25 meses e levou-o a muitos dos países que mais ambicionava visitar desde criança, quando sonhava ser astronauta. Atualmente, além de ir fazendo pontualmente trabalhos como fotógrafo e como escritor, também organiza conferências onde encoraja os outros a largar as amarras e a lutar pelos seus sonhos, sem medos. Em muitas das suas viagens, também aproveita para fazer voluntariado.
Muitos dos que o seguem nas redes sociais perguntam-lhe se não pensa voltar à sua antiga vida. "Não conto regressar à minha antiga profissão. Espero não ter de o fazer mas, se tivesse de o fazer, voltaria com um grande sorriso no rosto", confidencia. Os fãs mais curiosos procuram saber qual foi o país de que mais gostou até hoje. "Essa é a pergunta mais difícil de responder. Não consigo eleger apenas um", responde-lhes.
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