1. Solicitar um período de carência

Uma prestação bancária é composta por duas partes: capital em dívida e juros. Imagine que tem uma prestação de 300€ do crédito habitação e que esse valor é o resultado de 250€ de capital mais 50€ de juros. Significa que em cada prestação só está a reduzir em 250€ ao capital em dívida (o remanescente é ganho do banco).

Ao solicitar um período de carência de capital, o devedor passará a pagar durante um determinado período de tempo apenas a parte referente aos juros da prestação. Os períodos de carência de capital poderão ser de 6 meses a 36 meses (nalguns casos pode ser mais, mas não é muito comum). Recorrendo ao exemplo acima, se lhe for atribuído um período de carência de capital durante, por exemplo, 24 meses, vai estar a pagar nos próximos 2 anos apenas 50€ de prestação. Ou seja, de um mês para o outro deixa de ter o encargo com a casa de 300€ e passa a ser de 50€. Tem aqui uma poupança considerável, mas cuidado!

É preciso ter em atenção que como apenas estará a pagar juros, o montante em dívida não diminui nem um cêntimo, pelo que, findo esse período terá o mesmo valor em dívida e com menos tempo para pagar. Nesta circunstância, a prestação acabará por subir ligeiramente. Para garantir que a prestação não sobe, deverá tentar negociar um período de carência de capital com aumento do prazo. Se assim for possível, passado o período de carência de capital não terá o aumento da prestação porque o resto do valor está diluído no alargamento de prazo.

2. Consolidar créditos

A consolidação dos créditos procura com que a taxa de esforço diminua. Irá juntar todos os créditos num novo crédito de forma a ter uma prestação mais baixa. Se o valor do seu imóvel permitir um reforço de hipoteca, poderá usufruir de taxas muito mais baixas nesta consolidação. Em vez de ficar com uma prestação do crédito habitação e uma prestação do crédito consolidado referente aos outros créditos, ficará com uma única prestação que paga a casa e o valor que tinha em dívida de outros créditos. Não há quase nenhum crédito que consiga ter taxas de juro mais baixas que o crédito habitação, por isso, a poupança obtida com uma consolidação com hipoteca é muito maior que outra consolidação apresentada.

3. Negociar com outros bancos

Não há qualquer impedimento de transferir o seu crédito habitação para outros bancos. Mesmo que o seu crédito seja recente, poderá procurar no mercado quem esteja disposto a financiar a sua casa com condições mais vantajosas do que as negociadas com o seu banco. O Doutor Finanças tem conseguido efetuar centenas de transferências de crédito habitação, em que o devedor fica a pagar valores mais baixos e a usufruir de spreads mais competitivos. Este trabalho é exigente, mas deixa o devedor em melhores condições financeiras.

 4. Amortizar dívida

Enquanto estiver a pagar o seu crédito habitação não poderá dizer que a casa seja verdadeiramente sua. Os bancos têm a casa como garantia e até pagar todo o crédito a sua casa está hipotecada ao credor. Se tiver possibilidades de fazer amortizações ao crédito habitação está a garantir que fica livre do crédito o mais cedo possível e que não pagará tantos juros durantes todos os anos contratualizados. É verdade que o banco irá cobrar uma comissão por amortização antecipada (normalmente 0,5% sobre o montante amortizado), mas essa comissão não deverá ser significativa face ao que poupa com o não pagamento do empréstimo pelo período contratualizado.

Todas estas formas de reduzir a prestação do crédito habitação pedem engenho e arte. São instrumentos que os particulares podem e devem recorres. Mas se quiser garantias de melhores condições nestas negociações poderá sempre solicitar ao Doutor Finanças a ajuda necessária.

João Raposo

Dr. Finanças