A falta de autoestima não só perturba a sua vida, como também o seu cérebro. Foi a esta conclusão de um estudo científico realizado por uma equipa de investigadores canadianos. Depois de acompanharem um grupo de mais de 90 pessoas idosas durante 15 anos, descobriram que o tamanho do cérebro daqueles que sofriam de baixa autoestima era, em média, um quinto inferior à quantidade de massa cinzenta dos que gostavam de si mesmos. Surpreendido com este resultado? Eles também ficaram!
A boa notícia é que o efeito nefasto da baixa autoestima é, apesar de tudo, reversível, bastando para isso que adote uma atitude positiva, mesmo quando sente que está sob ataque. Nem sempre é fácil mas também não é forçosamente impossível. Conheça, de seguida, uma dezena de situações e de contextos de relacionamento interpessoal muito comuns e as estratégias que muitos especialistas, nacionais e internacionais, recomendam aos pacientes que seguem para conseguirem ultrapassar cada um deles.
Eternos favores
Pedem-lhe um favor inadiável que vai transtornar a sua vida, mas não é capaz de recusar. Depois, sente-se triste porque na altura não disse o que sentia. Dê valor às suas opiniões. Ninguém está sempre certo nem disponível, pelo que deve ter uma palavra a dizer especialmente em decisões que afetam a sua vida. Experimente recusar quando for impossível ajudar e verá a sua saúde mental e física agradecerem. Além de se sentir bem consigo mesma, o seu sim terá mais valor para os outros da próxima vez.
Mea culpa
Num momento importante da sua vida, arriscou e algo correu mal, levando a que, agora, todos os olhos estejam postos em si. Sente-se culpado e fragilizado por isso, mas antes de se autoinfligir analise o caso. O resultado final de uma ação pode depender de muitas variáveis que fogem ao seu controlo. Não ceda à tortura psicológica. Aproveite para ver se poderia ter tomado outra atitude e use a situação como modelo de aprendizagem para não repetir erros antigos.
O elo mais fraco
Numa sociedade (ainda) gerida por homens, é frequente as mulheres sentirem-se pouco realizadas profissionalmente ou verem que o seu trabalho não é valorizado. Mesmo que a sua chefia pareça indiferente ao seu contributo, não desanime. Apesar de não ser elogiado, o seu desempenho é importante. Não fique de braços cruzados e prossiga a sua formação, adquirindo competências que a vão tornar um elemento ainda mais valioso ou, quem sabe, abrir-lhe novas portas noutra empresa.
A família perfeita
Receia cada reunião familiar porque sabe que será alvo de perguntas indiscretas ou de comparações com outros elementos, nem sempre sob uma luz favorável. Em vez de evitar estes encontros por se sentir desajustado, pense que cada pessoa é única e totalmente responsável pelo seu percurso. Aprenda a relativizar. Não há histórias de vida perfeitas e cada um constrói a sua, por isso, concentre-se nos seus êxitos e mantenha as críticas à distância.
Rotina prisioneira
Os dias passam a correr e o pior de tudo é que parecem todos iguais. Não sucumba ao poder anestesiante da rotina e aposte em algo diferente para alegrar cada dia. Pode começar com pequenos gestos como mimar-se com um banho relaxante ou reservar tempo para ouvir a sua música favorita. Inspire-se e inclua na sua agenda atividades que sempre quis experimentar como uma aula de pintura ou uma sessão de ioga. Tudo o que faz bem ao corpo, beneficia também a mente. Pense nisso.
Balança avariada
Cada vez que veste aquelas calças de ganga, passa meia hora a tentar puxar o fecho? Olha-se no espelho e detesta o que vê? Seja realista. Se tem 1,60 metros, decerto que não conseguirá comparar-se a uma Claudia Schiffer ou a uma Irina Shayk. Em vez disso, valorize os seus pontos fortes e corrija os fracos, dentro do possível, deixando os restantes nos bastidores. Aposte no seu sorriso e na simpatia e lembre-se que é o conjunto que o torna irresistível. Sinta-se bem por dentro e isso será visível por fora.
Falsos amigos
Acreditamos que podemos contar sempre com os amigos para nos fazerem sentir melhor acerca de nós próprios. Mas será mesmo assim? Se as suas amizades a criticam e avaliam de forma, por vezes, pejorativa, poderá estar na altura de procurar outras pessoas com quem partilhar experiências. Somos nós que escolhemos os amigos. Por isso, alargue o leque de conhecimentos e inclua pessoas diferentes que tragam algo de novo à sua vida. Notará seguramente a diferença.
Pessoas perfeitas
Não há margem para o erro. Seja na sua vida pessoal ou profissional, define metas, leva as capacidades ao limite e, quando não consegue cumprir, fica desanimado e recusa-se a pedir ajuda. Não é caso único. Dispa a capa de super-herói e recorde-se que o stresse constante não é bom para a sua saúde física e mental. Delegue tarefas e encontre tempo para cuidar de si própria, evitando colocar as necessidades dos outros sempre em primeiro plano. A sua felicidade também depende disso.
Conversas de génio
É inteligente mas, por vezes, sente-se como um peixe fora água. Profissionalmente, é confrontado com pessoas 10 anos mais novas que afirmam saber tudo e, à sua volta, todos parecem estar a par do último grito da moda. Não se deixe abater e invista na sua cultura geral. Vá a exposições, visite museus, leia (mais) livros, planeie uma viagem e alargue os seus horizontes. Verá que com uma experiência pessoal enriquecida nunca mais estará perdida numa conversa.
Distrações habituais
Exibe com orgulho o novo penteado ou o casaco que acabou de comprar, mas estas novidades são invisíveis aos olhos da pessoa com quem partilha a sua vida. É frustrante, mas não se deixe desmotivar por isso. Assuma as mudanças como uma forma de se mimar e não dependa da validação da sua cara-metade nem de ninguém. Pode sempre testar a sua atenção com uma pergunta mais direta, se sentir necessidade de conhecer a sua opinião. Ponha a cabeça do outro a funcionar sem ter medo de o confrontar.
Comentários