O isolamento social, o confinamento e a sensação de desconhecimento e/ou de incerteza em relação ao futuro são algumas das muitas consequências globais da pandemia da COVID-19, que não poupa ninguém, como se tem visto em todo o mundo. Os doentes infetados com o vírus da imunodeficiência humana (VIH) podem, à semelhança de outros pacientes que integram grupos de maior risco, sentirem-se ainda mais ansiosos nesta fase, o que é natural.

Além das questões relacionadas com o controlo da doença, o receio de contrair a infeção pelo novo coronavírus SARS-CoV-2 e a quantidade avassaladora de notícias a que estamos expostos diariamente podem contribuir para que surja um sentimento de ansiedade que pode ser perturbador. Assim, com base nos conselhos compilados por fontes reconhecidas, ajudamos a identificar os sinais e sintomas que podem estar associados à ansiedade que tem sentido.

Diretor de empresa farmacêutica suíça com laboratório em Portugal prevê disponibilização de medicamento para a COVID-19 no prazo de um ano
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Para além desses, apresentamos-lhe, ainda, várias estratégias para a prevenir e combater. De acordo com o site Saúde Mental, página oficial do Programa Nacional para a Saúde Mental da Direção-Geral da Saúde, criada com o objetivo de informar e esclarecer dúvidas relacionadas com a COVID-19, as pessoas que vivem com doenças crónicas, os idosos, os profissionais de saúde e os cuidadores são os grupos mais vulneráveis à situação de crise que enfrentamos. Esse site alerta que entre os sinais de alarme associados à ansiedade incluem-se dificuldade em adormecer, sensação de medo, alteração de comportamentos alimentares e de sono, degradação da doença mental ou crónica e o aumento do consumo de álcool, tabaco ou outras substâncias nocivas.

Estes sinais e sintomas podem, como também refere um artigo publicado no site da Prevenir, interferir no nosso dia a dia e, no caso de pessoas com doenças crónicas, comprometer o controlo da doença e o seu bem-estar. Importa, então, adotar hábitos que ajudem a prevenir e a combater a ansiedade, uma vez que as pessoas que vivem com VIH e as suas comunidades têm décadas de experiência no que toca a resiliência, sobrevivência e superação de obstáculos.

1. Mantenha rotinas saudáveis

Tente, dentro do possível, não modificar os seus hábitos e seguir rotinas estruturadas, o que o vai ajudar a sentir-se mais seguro. Cuidar de si é igualmente muito importante. Por isso, faça uma alimentação equilibrada e variada, pratique atividade física em casa e durma um número de horas suficiente de forma a sentir que o sono foi reparador.

O UNAIDS, o programa das Nações Unidas para o VIH/SIDA, recomenda igualmente que faça respirações profundas, alongamentos e meditação, práticas que ajudam a evitar e contrariar a ansiedade. Nos momentos em que se sentir mais inquieto e ansioso, instale-se num local confortável e procure abstrair-se, pondo-os em prática.

2. Siga as orientações dos profissionais de saúde

É muito importante que sinta que a sua doença está controlada, continuando a seguir a terapêutica habitual. Em caso de ter dúvidas ou alguma necessidade específica, entre em contacto com o médico que o acompanha habitualmente.

Saber que está a seguir os cuidados de precaução necessários vai fazer com que se sinta mais protegido e, consequentemente, dar-lhe a sensação de maior segurança. Cumpra também todas as medidas de prevenção da COVID-19.

3. Converse com familiares, colegas e amigos

O isolamento físico não significa que não fale com outras pessoas. Use a tecnologia a seu favor para fazer videochamadas , inclusive às refeições, principalmente se vive sozinho. Converse com os seus familiares, colegas e amigos. Aproveite para contactar aqueles com quem não fala com regularidade e desabafe com pessoas em quem confia sobre os seus receios e ansiedades. Vai sentir-se compreendido e mais tranquilo.

4. Ocupe o seu tempo

Foque-se no trabalho e em atividades que lhe deem prazer, como ver uma série, um programa de televisão, um filme, ler, ouvir música ou cozinhar. Pode aproveitar para se dedicar a um passatempo novo ou até a um antigo para o qual nunca tinha, antes, tempo. No entanto, como recomenda e alerta a UNAIDS, limite a exposição e a procura de notícias sobre a COVID-19 e recorra sempre a fontes credíveis para evitar o acesso a notícias falsas.

5. Não hesite em pedir ajuda

Lembre-se sempre que, apesar de estar só, não está sozinho. Se estiver com sintomas de ansiedade, fale com alguém que o vai compreender e saberá como ajudá-lo. A associação Abraço, por exemplo, criou uma linha de apoio SOS, via telefone e e-mail, com o intuito de prestar apoio psicológico a pessoas com VIH/SIDA no contexto da pandemia da COVID-19. Também a Liga Portuguesa contra a SIDA reforçou e alargou o horário da sua linha de apoio.