As doenças cardiovasculares constituem a principal causa de morte em Portugal e os níveis de colesterol elevado são um fator de risco muito importante para o desenvolvimento de aterosclerose e, consequentemente, de doença cardiovascular.
Assim, medidas comprovadamente eficazes para reduzir o colesterol são também medidas que ajudam a diminuir as doenças cardiovasculares e as suas consequências, tendo-se verificado que quanto mais baixos forem os valores de colesterol, menor o risco cardiovascular, desconhecendo-se ainda qual o valor mais baixo a partir do qual já não há benefício em atingir maior redução.
As novas recomendações da Sociedade Europeia de Cardiologia sobre Dislipidemias, publicadas em agosto deste ano e endossadas pela Sociedade Portuguesa de Cardiologia, refletem exatamente o estado da arte sobre esta matéria:
- definem os níveis de risco cardiovascular consoantes as características do indivíduo;
- estabelecem níveis máximos de valor de colesterol a atingir de acordo com esse risco, níveis estes bem inferiores aos definidos previamente;
- determinam quais as melhores estratégias de tratamento para atingir os alvos terapêuticos preconizados.
Como diminuir os valores de colesterol de modo a ir ao encontro do que é atualmente recomendado?
Em primeiro lugar, e sempre, é fundamental a adoção de hábitos de vida saudável, associando a alimentação equilibrada à atividade física. Depois, é importante utilizar medicamentos que demonstrem cientificamente não só serem eficazes na reduzir dos valores de colesterol como na diminuição dos eventos cardiovasculares, seja em termos de mortalidade, seja em incidência de enfarte agudo do miocárdio, de acidente vascular cerebral, etc.
O principal grupo farmacológico e de primeira linha no tratamento é constituído pelas estatinas, às quais se podem associar, se necessário, outros grupos farmacológicos, nomeadamente o inibidor seletivo da absorção intestinal de colesterol e os inibidores do PCSK9.
Mensagens finais
- É importante adotar uma alimentação saudável e fazer exercício físico;
- Vigiar os valores de colesterol: deve controlar regularmente e procurar ajuda junto do seu médico assistente para ser orientado quanto aos valores-alvo que se aplicam ao seu caso particular e ao melhor tratamento para os atingir.
- Cumpra rigorosamente as indicações do seu Médico e a medicação que lhe foi prescrita, pois só assim ela será eficaz.
- O risco de efeitos secundários da medicação para diminuir os valores de colesterol é muito baixo e, sobretudo, muito, muito inferior ao benefício que vai colher em fazer a medicação.
E, finalmente, não se esqueça: o colesterol não se sente, mas as suas consequências são desastrosas para a saúde e para a Vida.
Um artigo da médica Mónica Mendes Pedro, especialista em Cardiologia e coordenadora do Grupo de Estudo de Risco Cardiovascular da Sociedade Portuguesa de Cardiologia.
Comentários