As prateleiras do supermercado estão repletas de alimentos com informações que nem sempre percebemos ou confiamos. À conta disso, muitas vezes acabamos por fazer escolhas erradas.
Embora a rotulagem dos produtos alimentares obedeça a legislação rigorosa, imposta pela União Europeia, por vezes é difícil distinguir a publicidade de uma mais-valia nutricional.
Além do nome do alimento, quantidade, lista de ingredientes, origem, dose diária recomendada (DDR), validade, nome e morada do fabricante, informação nutricional, os alimentos devem referir o processo usado na sua produção. Para o ajudar a fazer as melhores opções, deciframos aqui as designações mais comuns:
Light
É uma das palavras mais em voga atualmente e significa que o produto apresenta um baixo índice de energia, ou seja, de calorias. Nesta categoria alguns dados podem servir-lhe de referência, como aponta Carla Vasconcelos, nutricionista, «os alimentos light deverão ter um valor calórico inferior a 40kcal/100g ou inferior a 20kcal/100g».
Sem lactose
Geralmente presente no leite e derivados, a intolerância à lactose obriga a que algumas pessoas tenham de escolher produtos com uma presença de lactose inferior a cerca de um por cento no alimento, como por exemplo, se verifica no leite de digestão fácil.
100% natural
Significa que está perante alimentos que não contêm qualquer tipo de corante, conservante ou aditivo químico. Se a sua prioridade é a saúde, este tipo de produtos garante-lhe uma fonte de energia natural.
Sem gorduras trans
«As principais fontes alimentares dos ácidos gordos trans são os
alimentos que contêm gordura hidrogenada e os cozinhados em óleos
vegetais submetidos a um sobreaquecimento», aponta Carla Vasconcelos,
exemplificando com o processo de fabrico da margarina, onde «através da
hidrogenação, os óleos alimentares passam do estado líquido ao estado
sólido/pastoso».
Evite ingerir alimentos processados industrialmente como bolachas,
batatas fritas ou pratos pré-confecionadas. «Apenas um por cento do
valor energético total diário pode corresponder a estas gorduras. Elas
aumentam os níveis sanguíneos de mau colesterol (LDL) e triglicerídeos e
diminuem os de bom colesterol (HDL), estando, portanto, associadas a
uma maior incidência de doenças cardíacas e vasculares», alerta a
nutricionista.
0% de gordura
O teor de gordura varia consoante cada alimento. Para dietas com valores calóricos reduzidos, os produtos com esta designação, ou seja, com baixo teor de gordura, são os mais indicados.
O iogurte e leite magro com esta denominação são bons exemplos de alimentos pobres em gordura e podem, segundo a especialista, «ser considerados fiáveis».
«O mesmo não se verifica em outros produtos, como é o caso do queijo», alerta.
Sem glúten
Aconselhados a doentes celíacos ou bebés recém-nascidos, os alimentos com esta denominação não contêm as proteínas gliadina e glutenina presentes nos cereais de trigo, centeio, cevada e aveia. Contudo, um produto mesmo inserido nesta categoria pode apresentar vestígios de glúten, desde que tenha «uma quantidade de glúten inferior a 20mg/kg de alimento», alerta a nutricionista.
Orgânico ou biológico
A União Europeia apenas permite esta designação em alimentos cujos métodos de produção privilegiem a proteção do ambiente e o bem-estar animal, sem recurso a químicos. «Estes alimentos apresentam uma maior qualidade tanto ao nível da segurança alimentar, como de valor nutritivo e sabor. A sua produção melhora, preserva o meio ambiente e valoriza os recursos locais», assegura a nutricionista.
Sem açúcares
Adicionados Trata-se de um produto que não tem mais açúcar, além daquele que o alimento já contém na sua origem. No entanto, Carla Vasconcelos lembra que «os açúcares podem estar presentes, provenientes de ingredientes que constituem o produto final. Por exemplo, nos iogurtes magros com polpa de fruta, não foram adicionados açúcares, mas há frutose da fruta».
Dica
De acordo com um estudo conduzido pela Newcastle University, os frutos e os legumes de produção biológica têm até mais 40 por cento de antioxidantes e o leite um teor entre 50 a 80 por cento mais elevado.
Texto: Fátima Lopes Cardoso com Carla Vasconcelos (nutricionista)
Foto: Artur (com produção de Mónica Maia)
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