A frequência da obesidade na infância e adolescência tem estado a aumentar em Portugal nos últimos anos. Estudos recentes mostram que 15 % das crianças entre os 4 e 7 anos já são consideradas obesas e que na faixa de 10 anos de idade, a obesidade atinge 17% delas. Entre 10 e 15 anos, a frequência cai para 5%, contudo Portugal é o 5o país com maior taxa de obesidade na adolescência no continente europeu.

Os principais fatores apontados como contributivos para tal facto é a falta de atividade física e alimentação inadequada. Os alimentos processados e a fast food vêm sendo cada vez mais consumido pelas crianças e jovens; o consumo de vegetais é insuficiente e o de fruta é positivo, mas caiu muito nos últimos 12 anos.

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Com o fim das férias e retorno às aulas devemos estar atentos aos lanches escolares, uma vez que alimentação inadequada tem estreita relação com excesso de peso.

As cantinas escolares ainda oferecem opções muito calóricas e pouco saudáveis como salgadinhos, frituras, bolos, refrigerantes, e sumos industrializados. Por isso, o ideal é a criança/jovem levar de casa sua alimentação, pois diariamente devem ser consumidos frutas, verduras, frutos secos e cereais integrais nos intervalos de aula da manhã e da tarde. No horário do almoço o ideal é realizar a refeição oferecida na escola, que contenha, de forma equilibrada, os grupos alimentares essenciais e evitar as saídas com os colegas para comer comida rápida na rua como hambúrgueres ou cachorros-quentes.

Outras sugestões

As sandes podem ser uma alternativa ao almoço, em alguns casos excepcionais, mas devem ser feitas com pão integral ou de cereais, carne de frango ou vaca grelhadas, e vegetais diversos como alface, rúcula, agrião, tomate, berinjela, cenoura, etc. Devem ser temperadas com azeite e vinagre ou mostrada. Por sua vez, a maionese e o ketchup devem ser evitados. Podem ingerir frutas ou gelatinas naturais de sobremesa ou acompanhar a refeição com sumo de fruta natural sem adição de açúcar.

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Alimentos muito ricos em hidratos de carbono como os bolos, refrigerantes, sumos industrializados, doces, rebuçados, além de causarem obesidade, podem gerar agitação nas crianças e diminuir o grau de atenção às aulas, o que pode levar a diminuição do rendimento escolar.

A ingestão adequada de micronutrientes  como as vitaminas, proteínas e minerais são fundamentais para o bem estar físico e mental, e carências nutricionais relacionadas a má qualidade alimentar podem também interferir com rendimento escolar. Por outro lado, a omissão de refeições intermediárias ao almoço, como o lanche da manhã e da tarde, reduzem a oferta de energia para o corpo e atrapalham a capacidade de concentração e aprendizado.

A atividade física estimula cognição, diminuiu a ansiedade e melhora grau de atenção e ajuda a combater a obesidade. A prática de atividade física dentro e fora da escola deve ser sempre estimulada e aliada a uma alimentação adequada.

As recomendações são da médica Vaneska Spinelli Reuters, endocrinologista no Hospital Cruz Vermelha.