A SMS eSaúde, criada no âmbito do projeto SMS - Sucesso, Mente e Saúde, tem como principal objetivo “a promoção da saúde mental e o combate ao estigma social e insucesso escolar associados à doença mental”, referiu a UC, numa nota enviada à agência Lusa.
A universidade adiantou que a solução digital interativa “foi desenhada de forma a apostar em recursos que sejam capazes de combater os problemas de saúde mental das populações, sobretudo de jovens”, e foi desenvolvida por investigadores do Centro de Investigação em Neuropsicologia e Intervenção Cognitivo-Comportamental (CINEICC) e do Departamento de Engenharia Informática da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UC.
“O projeto envolve também educadores, visando, nesse âmbito, aumentar a eficácia da intervenção preventiva, capacitando-os para desempenharem uma parentalidade mais positiva em prol da promoção de ambientes familiares resilientes. Em simultâneo, oferece também apoio a toda a população, contribuindo para melhorar os níveis de literacia em saúde mental”, acrescentou a UC.
Para os adolescentes e respetivos educadores, a SMS eSaúde possui uma área de acesso reservado, “através da qual são disponibilizados programas de intervenção psicológica”, num total de 10 sessões.
As sessões com os adolescentes decorrem em regime de aprendizagem combinada, presencial e à distância.
“Presencialmente, durante o horário letivo na escola; e, à distância, com recurso a dispositivos móveis e entre sessões”.
As sessões de ambos os programas – para jovens e educadores – são disponibilizadas uma vez por semana e contêm conteúdos “que se baseiam nos princípios da terapia cognitivo-comportamental e de terceira geração, que se têm revelado eficazes na prevenção e no tratamento de psicopatologia na adolescência”.
“Com recurso às ferramentas da plataforma, os utilizadores podem treinar competências de autorregulação, validação e suporte emocional, aceitação, compaixão, comunicação, resolução de problemas entre outras”, acrescentou a UC, revelando que a SMS eSaúde disponibiliza vídeos, bandas desenhadas, jogos ou áudios de meditação, entre outras ferramentas, “que levam à produção de gráficos, infográficos e tutoriais”.
Já para a comunidade em geral, a plataforma SMS eSaúde tem uma área de acesso livre, “na qual os utilizadores podem, por um lado, autoavaliar a saúde e robustez mentais (através de dois questionários psicológicos validados para a população portuguesa), e, por outro lado, receber orientações em prol da melhoria do funcionamento da mente”.
A plataforma disponibiliza ainda uma listagem de instituições e linhas de apoio às quais é possível recorrer para pedir ajuda psicológica e também “um repositório de temas sobre saúde mental (nomeadamente, depressão, suicídio, estigma, meditação ou compaixão)”.
A área de acesso livro possui, igualmente, “materiais que podem ser úteis para profissionais da área da saúde mental, como artigos científicos ou um banco de dados de avaliação psicológica”.
Citada na nota, Ana Paula Matos, professora da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra (FPCEUC) e coordenadora do projeto SMS, afirmou que a “estratégia de aprendizagem combinada é inovadora, facilita a adesão e permite a sustentabilidade dos programas de intervenção”.
A investigadora considerou, por outro lado, que a SMS eSaúde “dá um acesso fácil e amigável aos programas SMS, tornando as sessões mais dinâmicas e interativas e permitindo aos jovens e suas famílias continuarem a aprender e a pôr em prática os seus conhecimentos, através da realização autónoma de atividades na plataforma".
O projeto SMS, a plataforma SMS eSaúde e os seus resultados, vão ser apresentados e discutidos na sexta-feira, durante o seminário internacional “A Saúde Mental na Pandemia: Como Intervir?", agendado para as 09:30 na FPCEUC.
O projeto SMS foi financiado pelo programa Parcerias para o Impacto da Inovação Social e pelo município da Figueira da Foz, onde foi implementado em plena pandemia de covid-19.
Comentários