De acordo com o documento "Prosperidade e Sustentabilidade das Organizações – Relatório do Custo do Stresse e dos Problemas de Saúde Psicológica no Trabalho", o absentismo custou 1,8 mil milhões de euros em 2022 às empresas em Portugal.Já o presentismo (quando os trabalhadores vão para o seu local de emprego, mas funcionam abaixo das suas capacidades por motivo) teve um custo de 3,5 mil milhões de euros, registando-se assim uma perda total de produtividade de 5,3 mil milhões por ano (o equivalente ao que o governo português gastou em 2021 em medidas para mitigar os impactos da pandemia COVID-19)."Nos últimos anos, os desafios colocados pela Pandemia COVID-19 e a crise socioeconómica dela decorrente, têm desencadeado profundas e rápidas mudanças laborais que agravaram os riscos psicossociais pré-existentes e colocaram em evidência a relevância da Saúde Psicológica e do bem-estar dos/das trabalhadores/as e organizações", lê-se no estudo.

"Os Riscos Psicossociais e a falta de Saúde Psicológica no trabalho não têm apenas um custo humano enorme, mas também um impacto imenso na sociedade e na economia. A perda de produtividade devida ao absentismo e ao presentismo causados por stresse e problemas de Saúde Psicológica pode custar às empresas portuguesas até 5,3 mil milhões de euros por ano (o equivalente ao que o governo gastou em 2021 em medidas para mitigar os impactos da pandemia COVID-19), uma vez que se estima que, em Portugal, os/as trabalhadores/as faltem, devido ao stresse e a problemas de Saúde Psicológica até 8 dias por ano e o presentismo possa ir até 15,8 dias. É de notar que este cálculo refere-se apenas a custos indirectos. Os custos directos do stresse e problemas de Saúde Psicológica no trabalho não estão contabilizados, bem como diversos Riscos Psicossociais (tais como os conflitos laborais)", refere ainda.

No total, a perda de produtividade pode custar às empresas portuguesas até 1,4% do seu volume de negócios.

"A prevenção e a promoção da Saúde Psicológica e do bem-estar nas empresas portuguesas podem reduzir as perdas de produtividade pelo menos em 30% e, portanto, resultar numa poupança de cerca de 1,6 mil milhões de euros por ano. O sucesso e a sustentabilidade das organizações passam imperiosamente pelo investimento na construção de Locais de Trabalho Saudáveis, criadores de Saúde Psicológica e bem-estar, nomeadamente através da avaliação, prevenção e intervenção nos Riscos Psicossociais que afectam o trabalho e os trabalhadores/as", diz ainda.