O número de infeções na China já superou os 72.300 casos. Em outras partes do mundo, quase 900 pessoas foram contaminadas em quase 30 países.
Mas a Organização Mundial da Saúde (OMS) pede calma: fora da província central de Hubei, epicentro da epidemia, a doença "afeta uma proporção muito pequena da população", com uma taxa de mortalidade em torno de 2%. Nas últimas semanas aconteceram vários cancelamentos de eventos (Congresso Mundial de Telecomunicações em Barcelona), competições desportivas (GP de F1 de Xangai) e a suspensão de inúmeras rotas aéreas para a China.
Citando um estudo do Centro de Controleoe Prevenção de Doenças da China envolvendo mais de 72.000 pessoas, o diretor geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, ressaltou na segunda-feira que mais de 80% dos pacientes sofrem de uma forma leve da doença.
Ainda de acordo com esta pesquisa, em pacientes até 39 anos de idade a taxa de mortalidade por COVID-19 permanece muito baixa, em 0,2%. Depois aumenta gradualmente com a idade.
"Progressos visíveis"
Outros sinais encorajadores anunciados nesta terça-feira: na China continental, o número de novas contaminações em 24 horas (1.886) foi o menor desde o início do mês e o número de mortes adicionais (98) diminuiu pelo quarto dia consecutivo.
Nas últimas semanas, a China colocou em quarentena quase toda a província de Hubei.
Fora da província, apenas 79 novos casos foram identificados nesta terça nas últimas 24 horas. Em 4 de fevereiro, ainda havia 890.
No total, o número de mortos na China continental chegou a 1.868. Entre eles, um diretor de hospital faleceu nesta terça-feira em Wuhan, berço do coronavírus.
Em outras partes do mundo, cinco mortes foram registadas até ao momento (nas Filipinas, Hong Kong, Japão, Taiwan e França).
Por telefone, o presidente chinês Xi Jinping elogiou o seu colega Emmanuel Macron pelo apoio de França, que forneceu equipamentos médicos, de acordo com a TV pública CCTV. Em outra conversa telefónica com o primeiro-ministro britânico Boris Johnson, Xi falou de "progressos visíveis" na luta contra a epidemia.
- Cruzeiro maldito -
A principal fonte de contaminação fora da China continua a ser o navio de cruzeiro Diamond Princess, que foi colocado em quarentena no início de fevereiro perto de Tóquio, com mais de 3.700 passageiros a bordo.
O contágio estende-se já a 542 pessoas, de acordo com o último relatório anunciado nesta terça-feira pelo Japão - 88 casos a mais que no dia anterior. Em teoria, o período de quarentena iniciado em 5 de fevereiro termina nesta quarta-feira. Mas, sem querer esperar mais tempo, os Estados Unidos já repatriaram os seus cidadãos para colocá-los em quarentena no seu país.
O diretor da OMS, no entanto, disse na segunda-feira que não era necessário suspender todos os cruzeiros do mundo, dizendo que se opunha a qualquer "medida de alcance geral" contra o coronavírus.
"As medidas devem ser proporcionais à situação, tomadas com base em evidências e elementos de saúde pública", disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, enfatizando que "o risco zero não existe".
A OMS já se tinha pronunciado contra a restrição brutal de viagens, enquanto os Estados Unidos, a Austrália e a Nova Zelândia, em particular, proibiram a entrada no seu território aos estrangeiros que estiveram recentemente na China - dos quais obviamente muitos chineses.
Diante da epidemia, Pequim anunciou esta terça-feira uma isenção de impostos alfandegários punitivos que impôs no âmbito de sua guerra comercial com Washington sobre certos produtos médicos americanos. Os equipamentos usados para a transfusão de sangue ou para medir a pressão arterial estarão, portanto, isentos a partir de 2 de março.
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