Importações de equipamento utilizado para transfusões sanguíneas ou medição da pressão arterial vão ser isentas de taxas alfandegárias, a partir de 02 de março, segundo a lista publicada pelas alfândegas do país.

A lista inclui ainda categorias de carne bovina e suína congelada, ou derivados de petróleo e gás natural liquefeito. Certas categorias de cereais, como o trigo e o sorgo, também beneficiarão de isenção de taxas.

A isenção não será, no entanto, automática: os importadores chineses terão que solicitar especificamente por cada ordem feita.

O objetivo é “atender melhor à crescente procura pelos consumidores chineses”, afirmou a Comissão das Alfândegas, em comunicado, sem mencionar o surto do novo coronavírus, que paralisou o país, forçando o encerramento de fábricas e o bloqueio de cidades e estradas.

Hospitais em toda a China, onde o surto infetou mais de 72.000 pessoas e matou quase 1.900, enfrentam ainda grave escassez de suprimentos médicos.

A informação surge um dia depois de a China ter confirmado que vai importar frangos vivos dos Estados Unidos, devido à escassez de alimentos provocadas pelo surto do novo coronavírus, designado COVID-19.

O bloqueio de acessos interrompeu o fornecimento logístico em várias zonas do país. Criadores foram assim obrigados a abater milhões de aves ainda novas, por não terem ração animal.

Um relatório produzido por Wang Zhongqiang, ex-diretor da Associação de Pecuária Animal da China, e Ning Zhonghua, professor da Universidade Agrícola da China, estima que os criadores chineses abateram pelo menos 100 milhões de galinhas jovens, numa tendência que se deve manter, ao longo dos próximas semanas, enquanto forem mantidas restrições nas viagens internas.

O abate de aves segue-se ao abate de milhões de porcos, ao longo do último ano e meio, devido a um surto de peste suína que se alastrou por todo o país, e que fez o preço da carne de porco, principal fonte de proteína animal na cozinha chinesa, subir mais de 100%.

Os governos de China e Estados Unidos impuseram taxas alfandegárias sobre centenas de milhares de milhões de euros de bens importados um do outro, numa guerra comercial que começou no verão de 2018.