“Em outros países vimos como o vírus acelerou a partir de um certo limiar. O melhor conselho para África é que deve preparar-se para o pior desde já”, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, durante uma conferência de imprensa virtual.
O diretor-geral da OMS, que é natural da Etiópia, apontou que só na África Subsaariana foram registados pelas autoridades 233 casos, alertando que muitos outros terão certamente sido detetados e sinalizados.
Três novos países em África anunciaram hoje as primeiras infeções pelo novo coronavírus, elevando para 33 o número de Estados afetados pela pandemia de Covid-19 no continente africano, que soma quase 600 casos.
Gâmbia (01), Zâmbia (02) e Djibuti (01) foram os países que hoje anunciaram a existência das primeiras infeções, no mesmo dia em que o Burkina Faso registou cinco casos novos e a primeira morte causada pela doença.
De acordo com o ‘site’ Worldometers sobre a pandemia de Covid-19, que compila quase em tempo real a informação da Organização Mundial de Saúde (OMS), de fontes oficiais dos países e de órgão de informação, durante o dia de hoje foram registados perto de 80 novos casos em 14 países africanos.
A África do Sul registou 31 novos casos e contabiliza agora 116, tornando-se no país com mais casos na África Subsaariana.
Novos casos foram registados também hoje na Guiné Equatorial (02), Argélia (11), Tunísia (02), Sudão (01), Quénia (03), Marrocos (05), Costa do Marfim (02), Senegal (04), Republica Democrática do Congo (04), Tanzânia (02) e Ruanda (01).
A Somália, que anunciou esta semana o seu primeiro caso, fechou as escolas e universidades durante duas semanas e desaconselhou as concentrações de pessoas.
No Uganda, apesar de ainda não terem sido registados casos, as cerimónias religiosas e as concentrações com mais de 10 pessoas foram suspensas.
Os países lusófonos – Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe – mantêm-se sem casos confirmados.
A contabilidade das agências noticiosas internacionais aponta para a existência de pelo menos 600 casos e 16 mortes em 33 dos 55 países e territórios do continente, enquanto os dados do Centro de Prevenção e Controlo de Doenças (CDC) da União Africana regista mais de 500 contágios em 31 países.
O CDC tem agendado para quinta-feira o seu quarto ‘briefing’ desde que a pandemia foi declarada, enquanto especialistas em saúde de 20 países africanos estão a participar em conferências com médicos na China numa tentativa de recolher dados que permitam travar o avanço do vírus.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou, na semana passada, a doença COVID-19 como pandemia, justificando tal denominação com os “níveis alarmantes de propagação e de inação”. O surto de COVID-19 foi detetado em dezembro, na China, e já provocou mais de 7.000 mortos em todo o mundo.
O número de infetados ronda as 175 mil pessoas, com casos registados em pelo menos 141 países e territórios. Do total de infetados, mais de 75 mil recuperaram.
Face ao avanço da pandemia, vários países têm adotado medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena inicialmente decretado pela China. Vários países na Europa, como Itália, Noruega, Irlanda, Dinamarca, Lituânia, França e Alemanha, encerram total ou parcialmente escolas, universidades, jardins de infância e outras instituições de ensino.
França decretou o isolamento obrigatório na segunda-feira e suspendeu a segunda volta das eleições municipais.
Em Portugal, o primeiro-ministro, António Costa, comunicou na semana passada ao país o encerramento de todas as escolas para travar a proliferação do coronavírus, entre outras medidas.
Também foi anunciado a suspensão de todos os voos de e para Itália e de e para Espanha.
A Direção-Geral de Saúde reforçou as recomendações à população.
Nos últimos dias, Itália tornou-se o caso mais grave de epidemia fora da China e o Governo italiano decidiu há uma semana alargar a quarentena, imposta inicialmente no norte do país, a todo o território italiano.
Na quarta-feira, as autoridades italianas voltaram a decretar medidas de contenção adicionais e ordenaram o encerramento de todos os estabelecimentos comerciais à exceção dos de primeira necessidade, como supermercados ou farmácias.
Veja em baixo o mapa interativo com os casos de coronavírus confirmados até agora
Se não conseguir ver o mapa desenvolvido pela Universidade Johns Hopkins, siga para este link.
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