“Há falta de higiene e de condições básicas de saúde. Não há fraldas, pensos higiénicos, papel higiénico, não há casas de banho”, notou o médico Abdullah AlBayrak, da organização não governamental Dünya Doktorlari (Médicos do Mundo), que presta apoio médico em Kahramanmaras.

Segundo o médico, começam a surgir casos de diarreia, sarna e febre entre os sobreviventes do sismo face à falta de condições de higiene e de saúde.

Apesar de considerar que ainda não se está perante uma situação epidémica, notou que é fácil “o contágio” no atual contexto, em que as pessoas se agrupam, junto dos destroços, e dormem em pequenas tendas.

Já o coordenador da equipa no local, Akin Hacioglu, referiu que a preocupação inicial da instituição, que está no local desde o primeiro dia, foi dar assistência a feridos.

Neste momento, o foco passa por garantir apoio médico às crianças e jovens, assim como assegurar o fornecimento de medicação a pessoas com doenças crónicas.

Akin realçou ainda que o frio poderá também ter consequências na vida dos sobreviventes, especialmente crianças, numa cidade de um milhão de habitantes, situada no sopé do monte Ahir, onde à noite, as temperaturas podem ser negativas.

A organização dá resposta no complexo criado no estádio do clube local de futebol, que se transformou num mar de tendas, onde todos os dias dormem centenas de sobreviventes.

Lá dentro, a agência Lusa constatou uma longa fila de habitantes que vão catalogar as suas necessidades junto do Governo.

Gás, comida, roupa, medicamentos ou apoios de saúde são oferecidos dentro daquele estádio, onde são visíveis as tendas da AFAD, estrutura do Governo turca criada para dar resposta em tempos de catástrofes.

Militares controlam a entrada daquele centro de apoio, barrando a mesma a qualquer estrangeiro.