Um dos casos mediáticos recentes foi o de Luís Marques, 63 anos, em 2020. Paraplégico há 55, optou por viajar para recorrer à Dignitas e morrer por suicídio assistido, que legalmente lhe era negado em Portugal. Foi o oitavo português a fazê-lo e a RTP fez a reportagem da sua viagem até à Suíça.
A Dignitas, uma associação com sede na cidade suíça de Forch, que tem como lema “viver com dignidade, morrer com dignidade”, defende uma “abordagem integrada” quanto ao problema do fim da vida, combinando “cuidados paliativos, prevenção do suicídio”, além de apoio psicológico, e que pode terminar na morte medicamente assistida.
Na prática, apesar de ser associada à morte medicamente assistida, a associação salientou, em vários momentos da resposta, por e-mail, a várias perguntas da Lusa, que o seu trabalho é “muito mais abrangente”, com base no aconselhamento e na procura de alternativas a uma vida digna e com conforto.
Em 2021, a Dignitas tinha 26 associados portugueses, o que, sublinha a associação, não quer dizer que todos queiram recorrer à morte assistida, dado que alguns são considerados apoiantes da causa. Este é o número mais alto de associados com residência em Portugal desde 2016.
Desde 2009, a associação, país onde a morte assistida está regulada, tem registadas oito pessoas com residência em Portugal que tiveram a sua ajuda para morrer.
Em 2019, a Dignitas ajudou 256 pessoas de várias nacionalidades a pôr fim à vida, baixando esse número para 221 em 2020 e 212 em 2021.
A Assembleia da República discute na quinta-feira, pela terceira vez desde 2018, a despenalização da eutanária.
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