16 de junho de 2014 - 13h44
Um estudo da Universidade do Minho aponta que desportistas com níveis superiores de raiva são mais agressivos durante os jogos e alerta para a necessidade de ajudar os atletas a controlar a raiva de forma a ganharem "equilíbrio emocional".
Em comunicado enviado à agência Lusa pela academia minhota, o investigador da Escola de Psicologia, Rui Sofia, a refere que ainda devem ser preparados "alguns aspetos psicológicos ligados à preparação mental" para as provas desportivas. "Apostar em estratégias de regulação emocional e formas de lidar com o stress é fundamental", aconselha.
O estudo "Raiva, agressão, coping e regulação emocional no desporto", que envolveu 269 atletas de várias modalidades, refere ainda que a "agressão moderada" durante as competições "é muitas vezes incentivada" e encarada como "benéfica", mas que os atletas reconhecem que essa atitude não beneficia a capacidade de concentração.
"A visão dualista é predominante. Acreditam que é benéfica porque aumenta a motivação e energia durante o jogo, mas, por outro lado, reconhecem que esta pode afetar negativamente a concentração", afirma o Rui Sofia.
Alias, adiantou, "alguns atletas admitiram que os treinadores os ensinavam a atuar de forma agressiva e sem serem desmascarados pelo árbitro, com o objetivo de obter benefícios durante o jogo sem sofrer penalidades".
Mas, alerta o texto, "os resultados revelam que os desportistas com níveis superiores de raiva apresentam mais comportamentos agressivos e antissociais no jogo, além de terem menor capacidade de autocontrolo e de reavaliação da importância".
Por isso, o investigador apela para a "necessidade de ajudar os atletas a controlar a raiva e, assim, encontrar maior equilíbrio emocional", destacando três estratégias para o efeito.
"A ruminação da raiva [tendência para focar sistematicamente esta emoção], a reavaliação da importância [ou "repensar" a situação] e o autocontrolo. Enquanto a ruminação tende a aumentar a raiva e levar a comportamentos agressivos, as restantes costumam apaziguar as tensões", explana o texto.
Por SAPO Saúde com Lusa