“‘A legislação atualmente em vigor prevê o uso obrigatório para pessoas com mais de 10 anos de máscara em espaços públicos fechados, recomendando-se o seu uso em qualquer espaço aberto ou fechado, sempre que não esteja garantido o distanciamento físico mínimo de dois metros’. Portanto, esta já é, claramente, a orientação da Direção-Geral da Saúde que o ministério pugna por fazer cumprir”, citou a governante na conferência de imprensa sobre a evolução da pandemia.

A explicação surgiu na sequência das declarações de hoje do Presidente da República, nas quais Marcelo Rebelo de Sousa deixou a sugestão da utilização de máscara em “circulação na via pública em pontos de maior cruzamento de pessoas”, acrescentando até já ter adotado “há meses” este comportamento.

Quanto aos números de surtos nas escolas, a ministra da Saúde distanciou-se da leitura apresentada esta sexta-feira pela Federação Nacional de Professores (Fenprof), que avançou com uma lista de 122 escolas onde já se registaram casos e questionou os dados da Direção-Geral da Saúde (DGS) que apontavam para apenas 23 surtos.

“Estamos a falar de coisas diferentes e não podemos confundir os números, dizendo que alguém deu números errados quando nos reportamos a conceitos e até datas diferentes”, afirmou Marta Temido, secundada pela diretora-geral da saúde: “Uma coisa são casos isolados, outra coisa são surtos, que, à data de hoje, são 28 no país, com 175 casos confirmados. Não quer dizer que não existam outros casos isolados”.

A atualização dos números de surtos foi também efetuada por Graça Freitas em relação às instituições de saúde, tendo identificado “21 instituições que têm surtos”: quatro na Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte, três no Centro, 12 em Lisboa e Vale do Tejo, uma no Alentejo e outra no Algarve.

“São surtos que estão controlados, não têm originado um aumento muito grande de casos e já há surtos em que as pessoas estão a recuperar”, referiu.

Graça Freitas aproveitou também para vincar que a campanha de vacinação da gripe está a correr “melhor” do que o programado, uma vez que as “vacinas estão a ser distribuídas antecipadamente”, facilitando a logística para a sua administração em lares de idosos e outras estruturas. A diretora-geral da Saúde observou que “para a semana” já existirão zonas do país com todos os utentes de lares vacinados.

Portugal registou hoje mais 12 mortos relacionados com a covid-19 e 1.394 novos casos de infeção com o novo coronavírus, segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS).

Desde o início da pandemia, em março, este é o segundo maior número de casos de infeção. O maior foi em 10 de abril, com 1.516.

Portugal já registou 2.062 mortes e 83.928 casos de infeção, estando hoje ativos 29.700 casos, mais 735 do que na quinta-feira.