Em declarações à agência Lusa, o vice-presidente da entidade, Vasco Melo, revelou algum medo por causa da falta de procura nas lojas da Baixa-Chiado.
“Tudo o que é feito para conter o vírus - da nossa perspetiva - é positivo, se isso depois se vai traduzir numa diminuição ainda maior do número de pessoas – consumidores - que venham à nossa Baixa e ao nosso Chiado, isso pode ser negativo”, realçou o dirigente.
Vasco Melo falava sobre o diploma que entrou hoje em vigor e que dá conta do encerramento de “todos os estabelecimentos de comércio a retalho e de prestação de serviços, bem como os que se encontrem em conjuntos comerciais”, às 20:00, na Área Metropolitana de Lisboa (AML).
A exceção são os restaurantes “exclusivamente para efeitos de serviço de refeições no próprio estabelecimento” e também os restaurantes com serviço de ‘take away’ ou entrega no domicílio, “os quais não podem fornecer bebidas alcoólicas no âmbito dessa atividade”.
Para o vice-presidente Associação de Dinamização da Baixa Pombalina, dar um passo atrás não é muito positivo, mas as medidas do Governo foram tomadas de “forma racional”, no sentido de proteger as pessoas.
“O Governo, ao tomar esta atitude, deverá tê-lo feito fundamentadamente, deverá tê-lo feito de forma racional e na proteção de nós todos, e isso é o que nos interessa”, referiu, indicando que os empresários estão a “implementar todas medidas que são definidas pela Direção-Geral da Saúde”.
Não querendo entrar na discussão, se é altura certa ou não para introduzir novas medidas, Vasco Melo salientou que as empresas têm feito um esforço para passar uma mensagem positiva aos consumidores.
“Estão todos a fazer um esforço enorme para que haja maior aplicação de todas as indicações da Direção-Geral da Saúde”, disse, acrescentando que “todas as normas estão a ser implementadas pelos empresários”.
Revelando preocupação com a situação, Vasco Melo referiu ainda que o facto de haver manifestações na Baixa lisboeta, com grande aglomeração de pessoas, pode prejudicar os estabelecimentos comerciais e os serviços.
“Há uma coisa muito interessante que é que todas manifestações são na Baixa. Aqueles que vêm para a Baixa fazer as manifestações - provavelmente alguns - indicam como sendo a causa do alastramento da covid na Baixa”, observou, concluindo que nem sempre as pessoas estão a ver como prejudicam os outros, com “determinadas atitudes”.
Na segunda-feira, o Governo aprovou um diploma com medidas mais restritivas para a Área Metropolitana de Lisboa devido ao aumento dos casos de covid-19, que entrou hoje em vigor às 00:00, estabelecendo que quem desobedecer pode incorrer em crime de desobediência.
O crime de desobediência é punido no Código Penal com prisão até um ano ou 120 dias de multa.
Numa resolução aprovada na noite de segunda-feira e publicada no Diário da República, o Governo limita ainda a um máximo de 10 pessoas, salvo se pertencerem à mesma família, “o acesso, circulação ou permanência de pessoas em espaços frequentados pelo público, bem como as concentrações de pessoas na via pública” na Área Metropolitana de Lisboa (AML).
A venda de bebidas alcoólicas é também proibida “nas áreas de serviço ou nos postos de abastecimento de combustíveis” da AML.
O consumo de bebidas alcoólicas é ainda proibido “em espaços ao ar livre de acesso ao público”, exceto nas esplanadas dos estabelecimentos de restauração e bebidas devidamente licenciados, que apenas se podem manter abertos até às 20:00.
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