Em comunicado, a Direção-Geral da Saúde (DGS) confirmou que "o segundo caso suspeito de infeção por novo Coronavírus (2019-nCoV) em Portugal, que foi encaminhado ontem para o Centro Hospitalar de São João, foi negativo após realização de análises laboratoriais pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), com duas amostras biológicas negativas".
O homem, de nacionalidade estrangeira e que se encontrava na zona de Felgueiras, distrito do Porto, foi levado na sexta-feira, ao hospital de São João com infeção respiratória. O período de incubação do vírus é de 14 dias e o homem regressou da China no dia 22 de janeiro, onde teria contactado uma pessoa supostamente infetada pelo 2019-nCoV (Coronavírus).
Com este resultado negativo, Portugal mantém-se até ao momento sem registo oficial de qualquer pessoa infetada por coronavírus.
Este sábado, a RTP Notícias avançou em primeira mão que os resultados laboratoriais feitos no Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), em Lisboa, deram negativo para aquele vírus que já motivou declaração de emergência global de saúde pública pela Organização Mundial de Saúde.
De acordo com o Jornal de Notícias (JN), o suspeito tratava-se de um cidadão italiano, de 62 anos, de passagem por Felgueiras, que presta serviços de robótica a empresas e que fez uma viagem de negócios à China. Era o segundo caso suspeito em Portugal em menos de uma semana. O primeiro foi encaminhado para o Hospital Curry Cabral, em Lisboa, deu negativo.
A ministra da Saúde portuguesa, Marta Temido, assegurou que os hospitais de Portugal estão preparados para lidar com uma eventual epidemia e que a situação está a ser tratada de forma "tranquila, mas rigorosa".
Os sintomas associados à infeção causada pelo novo coronavírus são mais intensos do que uma gripe e incluem febre, dor, mal-estar geral e dificuldades respiratórias, como falta de ar.
A DGS pediu a quem regresse de Wuhan ou de outras regiões afetadas na China e que apresente febre, tosse ou dificuldades respiratórias que contacte o SNS24 – 808 24 24 24.
Dois hospitais vão receber portugueses regressados de Wuhan
A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, convocou ontem ao fim da tarde uma conferência de imprensa para fazer um balanço do surto do novo coronavírus. Graça Freitas admitiu que o grupo de portugueses que vai regressar da China é "especial", por estar no "epicentro de uma nova doença".
A diretora-geral da Saúde indica que o Ministério disponibiliza instalações tranquilas e dignas para que possam estar em "isolamento profilático", desde que aceitem estas condições. O Hospital Pulido Valente, em Lisboa, e o Hospital Militar, no Porto, serão as unidades com instalações para estes portugueses que regressam da zona de Wuahn.
Veja em baixo o mapa interativo com todos os casos de coronavírus confirmados
Vírus continua a alastrar
A China elevou para 259 mortos e mais de 10 mil infetados o balanço do surto de pneumonia provocado por um novo coronavírus (2019-nCoV) detetado no final do ano em Wuhan, capital da província de Hubei (centro).
Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há mais de 50 casos de infeção confirmados em 20 outros países – Tailândia, Japão, Coreia do Sul, Taiwan, Singapura, Vietname, Nepal, Malásia, Estados Unidos, Canadá, França, Alemanha, Itália, Reino Unido, Austrália, Finlândia, Emirados Árabes Unidos, Camboja, Filipinas e Índia.
A OMS declarou na quinta-feira uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional (PHEIC, na sigla inglesa) por causa do surto do novo coronavírus na China.
Uma emergência de saúde pública internacional supõe a adoção de medidas de prevenção e coordenação à escala mundial. Esta é a sexta vez que a OMS declara uma emergência de saúde pública de âmbito internacional. Para a declarar, a OMS considerou três critérios: uma situação extraordinária, o risco de rápida expansão para outros países e a exigência de uma resposta internacional coordenada.
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