5 de abril de 2013 - 11h59 (última atualização)
Pessoas com mais de 65 anos que comem peixe podem viver, em média, dois anos a mais do que as pessoas que não consomem os ácidos gordos ómega 3 encontrados principalmente nos frutos do mar, revela um estudo norte-americano publicado na segunda-feira.
Segundo a investigação científica, as pessoas com níveis mais altos de ácidos gordos ómega 3 têm um risco de morte 27% inferior e desenvolvem um risco de ataque cardíaco 35% mais baixo do que os indivíduos com as mesmas características mas com níveis da substância inferiores no sangue.
O estudo, liderado por cientistas da Escola de Saúde Pública de Harvard, foi publicado no Annals of Internal Medicine.
Estudos anteriores já tinham demonstrado a ligação entre o consumo de ácidos gordos ómega 3 e um menor risco de doenças cardíacas.
Os cientistas analisaram dados de 16 anos de cerca de 2.700 adultos americanos com 65 anos ou mais. As pessoas com níveis mais altos de ácidos gordos ómega 3 no sangue - encontrados sobretudo em peixes como salmão, atum, halibute, sardinha, arenque e cavala – tiveram menor risco de morrer de qualquer causa e viveram, em média, 2,2 anos a mais do que aquelas com níveis baixos da substância.
Os cientistas identificaram ainda o ácido docosahexaenoico (DHA) como o mais vinculado a um menor risco de doença coronária. O ácido eicosapentaenoico (EPA) foi relacionado a um menor risco de ataque cardíaco não fatal, enquanto o ácido docosapentaenoico (DPA) desenvolve um risco mais baixo de morrer de acidente vascular cerebral.
"As nossas descobertas sustentam a importância de níveis adequados de omega-3 no sangue para a saúde cardiovascular e sugerem que estes benefícios podem prolongar os anos de vida", afirmou o principal autor do estudo, Dariush Mozaffarian, professor associado do Departamento de Epidemiologia da Escola de Saúde Pública de Harvard, cita a agência France Presse.
"A melhor relação custo-benefício é passar de nenhuma ingestão à ingestão moderada, ou seja, cerca de duas porções de peixes ricos em ácidos-graxos por semana", disse Mozaffarian.
Nuno de Noronha com agência France Presse