Os investigadores da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore, desenvolveram um modelo que analisa como mudanças nos padrões dietéticos em 140 países aumentariam as emissões de gases com efeito estufa e o consumo de água doce.

investigação estudou o impacto de nove tipos de dietas semivegetarianas, vegetarianas com ovos e leite, veganas e outras, todas sem carne vermelha. Keeve Nachman, autor do estudo, disse à agência de notícias France Presse que grande parte das discussões sobre como enfrentar os efeitos do aquecimento global "não reconhece que muitas partes do mundo lidam com casos de desnutrição".

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"Para levá-los a um ponto onde não sofram de desnutrição crónica será preciso mais alimentos e, consequentemente, aumentar as emissões de carbono". "Isto também nos diz que em muitos países de alto rendimento, onde consumimos muito mais produtos animais que a média mundial, existe uma maior urgência para se começar a transição para dietas baseadas em vegetais", alerta.

Atingir este objetivo, destacam os investigadores, não requer que as pessoas renunciem a certos alimentos completamente.

Moluscos e pequenos peixes: uma opção?

O modelo usado mostrou que uma dieta na qual a proteína animal procede principalmente de animais da parte baixa da cadeia alimentar - como peixes pequenos e moluscos - tem um impacto ambiental quase tão baixo como uma dieta vegana.

Os cientistas descobriram também que reduzir em dois terços o consumo de alimentos animais, denominada "dois terços veganos", tem um menor impacto climático do que uma dieta vegetariana tradicional com a inclusão de laticínios e ovos.

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"Dois terços veganos" supõem uma dieta vegana em duas das três refeições principais do dia.

"Um dos maiores obstáculos, falando mais como pessoa do que como cientista, é lidar com a ideia de renunciar a um tipo de alimento para sempre. Assim, acredito que o mais interessante de algumas das dietas que desenvolvemos é que não exigem que eliminemos completamente qualquer produto animal em particular...", comenta.

O estudo também conclui que o país de origem de um alimento também determina o seu impacto climático. Por exemplo, produzir um quilo de carne no Paraguai provoca quase 17 vezes mais gases do efeito estufa que fazê-lo na Dinamarca devido ao desmatamento associado.