Um painel norte-americano de especialistas em saúde pública concluiu num relatório divulgado esta terça-feira que o uso do cigarro eletrónico com nicotina pode ser viciante e colocar os adolescentes mais próximos do risco de fumar tabaco tradicional.

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Enquanto a indústria argumenta que o vaping  - uso do tabaco eletrónico - não vicia, o painel avança que os jovens que consomem este tipo de produtos podem ficar dependentes da nicotina e/ou ser atraídos para os cigarros tradicionais que aumentam exponencialmente o risco de cancro.

Segundo o jornal The New York Times, o novo relatório publicado pelas Academias Nacionais de Ciências, Engenharia e Medicina é a análise mais abrangente aos cigarros eletrónicos algumas vez publicada.

São mais seguros, mas também perigosos

O painel de especialistas concluiu que os dispositivos eletrónicos alternativos ao tabaco são, de facto, mais seguros do que os produtos para fumar tradicionais.

Por outro lado, os especialistas defendem que este tipo de produtos de tabaco também ajudam a diminuir a dependência do tabaco tradicional, citando provas conclusivas de que a mudança pode reduzir a exposição dos fumadores a inúmeros produtos químicos perigosos e a outros agentes cancerígenos.

No entanto, o painel não declara os cigarros eletrónicos como "seguros", observando que não há estudos científicos de longo prazo sobre o potencial aditivo destes dispositivos nem sobre os seus efeitos no coração, pulmões ou fertilidade.

Principal causa de morte evitável

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Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o tabaco é a principal causa de morte evitável em todo o mundo. Os números não enganam: atualmente, existem mil milhões de fumadores e uma em cada 10 mortes de adultos está relacionada com hábitos tabágicos.

Os fumadores têm, em média, menos dez anos de vida do que os não fumadores, pois as substâncias do fumo do tabaco afetam alguns órgãos importantes, ao mesmo tempo que tornam o organismo mais frágil em relação a uma série de doenças.

Deixar de fumar é, pois a medida preventiva mais eficaz para diminuir os riscos de doenças como o cancro do pulmão, acidente vascular cerebral ou o enfarte do miocárdio.