Os One Health Pet Awards são um evento inspirador, criado para reconhecer e premiar profissionais e iniciativas transformadoras em áreas essenciais da saúde dos animais de companhia, dos humanos e do meio ambiente. O evento representa uma oportunidade de promoção de projetos inovadores em Portugal, com o objetivo de destacar as melhores práticas e novidades, estreitando, paralelamente, redes de contacto entre especialistas e entusiastas.

No evento a realizar-se no dia 28 de Novembro, a psicóloga clínica Sofia Gabriel, coordenadora da Consulta de Apoio no Luto da Mind | Instituto de Psicologia Clínica e Forense, foi convidada para dialogar sobre o processo de luto pela perda de um animal de companhia. Recentemente, ao lado do psicólogo clínico e forense Mauro Paulino, foi dada uma entrevista sobre o processo de luto por um patudo e o papel das empresas na proteção da saúde mental dos colaboradores nestas circunstâncias de sofrimento individual e familiar.

A ciência psicológica demonstra que a relação construída entre um tutor e o seu animal de companhia, no que remete para os níveis de intimidade e proximidade emocional, pode transcender relações desenvolvidas entre seres humanos – o que, em parte, é justificado pelas características únicas desta relação, como a aceitação e amor incondicionais e o consequente impacto positivo dos animais para a saúde mental.

Por conseguinte, a perda de um patudo pode ser tão ou mais dolorosa quanto a vivência da morte de um amigo ou familiar. Apesar de cada perda ser única e desencadear um processo de luto altamente individualizado, existem fatores de risco para processos de luto com uma elevada carga emocional negativa e quiçá traumática, como aqueles que integram o recurso à eutanásia, em que a ajuda psicológica especializada tende a ser particularmente benéfica, principalmente numa fase precoce.

Na consulta especializada, encontra um lugar seguro para libertar emoções intensas, como a culpa e identificar ferramentas para gerir a dor da perda e aprender a viver na ausência animal perdido, compreender que rituais do luto implementar (por exemplo, caixa de memórias, doação de pertences a uma associação) e como respeitar as diferenças individuais no luto no seio familiar (libertação de crenças que motivam a interpretação do silêncio como desvalorização, aprender a comunicar necessidades emocionais e a pedir o colo de terceiros), assim como explorar questões importantes, como é exemplo “estarei preparado e (emocionalmente) disponível para adotar outro animal de companhia?”.

A tomada de decisão de ir ao evento não invalida, de todo, a necessidade de pedir ajuda psicológica especializada. Mas pode ser um (bom) primeiro passo para refletir.

Peça ajuda! Não se encontra sozinho(a)!

As explicações são de Sofia Gabriel e de Mauro Paulino, psicólogos na Mind | Instituto de Psicologia Clínica e Forense.