A técnica de introduzir gordura do próprio corpo nas nádegas, em vez de cortar, abrir e implantar próteses já não é propriamente, mas está a ganhar cada vez mais adeptos. Obriga, contudo, que haja gordura em excesso noutras zonas, para ser colhida para o enxerto. «Para aumento de glúteos são necessárias grandes quantidades de gordura (200 a 600 cc por nádega, dependendo dos casos)», explica o cirurgião plástico Francisco Melo. O procedimento começa com a extracção de gordura em excesso noutra zona do corpo.

«É colhida através de cânulas especiais de lipoaspiração, para não destruir a arquitectura do tecido e, assim, poder voltar a ser usada», explica o cirurgião plástico. «A mais suscetível de pegar como enxerto é a do abdómen, face interna das coxas e braços», enumera. Depois de colhida, «a gordura é centrifugada para separar os componentes líquidos (sangue, plasma e gordura não celular) do tecido a enxertar, aumentando a possibilidade de o enxerto ser viável», prossegue o cirurgião plástico.

Finalmente, a gordura é colocada em seringas e infiltrada nas zonas a aumentar. É um processo muito laborioso e artístico que pode demorar até duas horas. Geralmente, a intervenção é feita sob anestesia geral, pois há necessidade de recorrer a várias áreas para colheita da gordura. Mas, «se essas áreas ficarem no abdómen, região lombar ou coxas», segundo Francisco Melo, a «anestesia epidural é uma opção».

Nos dias seguintes

A intervenção requer um período de internamento de um a dois dias e, geralmente, o pós-operatório não é muito doloroso, cedendo bem à terapêutica analgésica. Durante uma a duas semanas, «não pode haver apoio da região nadegueira (ao sentar ou ao deitar, por exemplo), e é necessário usar vestuário compressivo (cintas) nas zonas onde foi feita a lipoaspiração», alerta Francisco Melo. O retorno à actividade normal, pode fazer-se, segundo o cirurgião plástico, «progressivamente, ao fim de 15 dias (dependendo dos volumes infiltrados)».

Mas com alguns cuidados. «Com limitação na prática de exercício físico, nos primeiros dois meses», alerta o especialista, habituado a realizar este tipo de procedimentos estéticos em Portugal. O acompanhamento médico pós-operatório deverá ser feito «passada uma semana, 15 dias, um mês, três meses, seis meses e um ano», acrescenta ainda o especialista. «Não há recurso a materiais estranhos ao corpo, o que afasta o risco de rejeição ou alergia», refere o cirurgião plástico Francisco Melo.

Ao associar a lipoaspiração, tem o benefício adicional de remover gordura de locais onde estava em excesso. Não deixa marcas visíveis (apenas pequenas incisões, de três a cinco milímetros, nos locais onde são introduzidas as cânulas). Mas nem tudo são vantagens. É um procedimento longo e que envolve várias áreas anatómicas. Existe também dificuldade em prever o comportamento do enxerto.

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Outros riscos a ter em conta

Prever o comportamento do enxerto é uma das dificuldades. Parte será reabsorvido e se o for em grande volume, perderá o efeito de aumento, deixando sequelas, como assimetrias e calcificações no tecido subcutâneo», explica Francisco Melo. «Há ainda risco de infeção pela exposição do enxerto durante o processo de colheita e tratamento», alerta o cirurgião plástico. É muito importante manter o mesmo peso que tinha no momento da intervenção, já que se emagrecer, perde gordura, incluindo a enxertada.

Antes de avançar, é necessárior realizar um estudo pré-operatório que inclua exames médicos completos. Tanto a paciente como o médico devem assinar o consentimento informado. Como em qualquer decisão terapêutica, deve estar bem informada sobre os procedimentos a efetuar e ter confiança no médico que irá orientar o seu tratamento. Peça mais do que uma opinião se necessário e visite vários médicos até tomar uma decisão.

Preço

O custo desta tipo de intervenção oscila, em média, entre os 5.000 € e os 7.000€, dependendo da clínica escolhida e/ou do cirurgião contratado.

Antes e depois