A procura dos pais para dar uma resposta rápida e eficaz ao seu bebé pode ser vivida com maior ou menor angústia e ansiedade e pode ser intensificada pelas próprias expectativas e crenças que os pais têm sobre o seu novo papel.
Pais extremamente ansiosos tendem a dar respostas apressadas, dando pouco espaço à criança para ela própria tentar acalmar-se ou resolver a sua dificuldade sozinha, como também tendem a ter reações mais abruptas perante situações mais imprevisíveis ou de eventual risco, como numa simples queda.
Pais mais tranquilos provavelmente terão mais em conta as capacidades da criança e darão mais tempo para que tente acalmar-se ou ultrapassar o seu problema. Estes exemplos de atitudes parentais terão diferente impacto na criança e na forma como ela vai desenvolvendo estratégias de autorregulação. Uma criança, mesmo que pequena, a quem se vá dando a oportunidade para aprender a regular os seus estados comportamentais e emocionais, muito provavelmente conseguirá no futuro dar respostas mais satisfatórias a este nível quando o contexto apresentar condições nesse sentido.
Por outro lado, as próprias características do bebé – se chora muito ou pouco, se tem bons ou maus padrões de sono, se é mais ou menos agitado – vão colocar diferentes desafios aos pais que, desde cedo, podem facilitar ou dificultar o seu papel enquanto educadores, aumentando ou diminuindo a sua tranquilidade/stresse e a confiança nas suas competências parentais, como também tendência para dar respostas adequadas e consistentes ao longo do tempo.
É nesta dança, que ao longo dos anos, se irão estabelecer padrões de interacção e comunicação específicos que podem ser mais ou menos autoritários vs permissivos mas que permitirão aos pais dar respostas eficazes a nível da gestão do comportamento. Quando existe uma perturbação do desenvolvimento, a dança é mais difícil e são colocados desafios e exigências acrescidos à relação entre pais e criança.
Desde cedo existem mais dificuldades por parte dos pais na leitura das necessidades das crianças, na escolha das respostas a dar e na continuidade e coerências das mesmas que, aliadas a uma excessiva culpabilização e desgaste, acabam por contribuir para a persistência de comportamentos considerados problema e a uma deterioração da relação pais-filhos, entrando-se com frequência num ciclo de manutenção do problema.
Quando existe uma boa relação de base, é mais fácil manter as expectativas positivas relativamente à criança e à interacção, o que é um contributo importante para que a criança procure corresponder com aquilo que lhe é pedido.
Mónica Serpa Pimentel – Técnica Superior de Educação Especial e Reabilitação
PIN – Progresso Infantil
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