O mais consensual e mais recomendado continua a ser que o local mais seguro para o bebé dormir é a sua própria cama, numa superfície plana e estável, sem almofadas ou protecções laterais almofadadas, bonecos ou panos, com mantas e lençóis não ultrapassando a zona abaixo dos ombros e sempre de barriga para cima.

A cama do bebé deve estar no quarto dos pais durante, pelo menos, os 6 primeiros meses de vida e idealmente durante o primeiro ano, como forma de prevenir a morte súbita do recém-nascido e lactente. O quarto não deve estar demasiado quente (temperatura ideal ronda os 20ºC) e o bebé não deve usar demasiada roupa. 

Nutricionista indica que mulheres grávidas não devem comer estes 10 alimentos
Nutricionista indica que mulheres grávidas não devem comer estes 10 alimentos
Ver artigo

A partilha da cama tem sido associada a um aumento do risco de morte súbita. No entanto, muitos dos estudos que nos dão estes dados não são claros quanto a outros possíveis factores de risco para a segurança do bebé.

A partilha de cama dos bebés com os pais é, para além de uma questão cultural, uma forma de aumentar o tempo de descanso dos bebés e dos pais e de melhorar a amamentação e, apesar de não ser muitas vezes assumido pelas famílias em consulta, a maioria dos pais acaba por levar os bebés para a sua própria cama. Cada vez mais estudos parecem concluir que a partilha da cama, desde que cumpridas algumas regras de segurança, não parece associar-se só por si a um aumento do risco de morte súbita dos bebés nem a um aumento do risco de morte por acidente.

Estudos feitos em laboratórios de sono mostram ainda que, quando um bebé dorme junto da mãe, há uma coordenação da respiração de ambos e isto parece até ser protector. A partilha da cama feita de forma segura permite amamentar durante a noite, evitando o perigo de levar para cadeiras ou sofás uma mãe exausta que pode adormecer e deixar cair o seu bebé ou sufoca-lo acidentalmente.

Dito isto, a partilha da cama deve sempre ser discutida em consulta com o Pediatra como um tema presente na vida das famílias e os pais devem conhecer a forma mais segura de partilhar a cama com os seus bebés: a cama deve ter uma barreira que previna a queda do bebé, o bebé deve dormir entre a mãe e essa barreira e não entre a mãe e o pai, a mãe não deve usar almofada ou manta, evitando superfícies que possam tapar a cara do bebé e levar à sufocação, e o bebé deve sempre ser colocado a dormir de barriga para cima, tal como no seu berço.

Fotógrafa mostra em 22 fotos a "brutal e doce realidade de ser mãe"
Fotógrafa mostra em 22 fotos a "brutal e doce realidade de ser mãe"
Ver artigo

A partilha parece ser mais segura em mães que amamentam do que naquelas que alimentam os bebés com leite de fórmula. O quarto deve sempre ser bem arejado. Ter atenção ao facto que, ao dormirem junto das mães, os bebés podem também ficar mais quentes, pelo que a roupa do bebé deve ser ajustada de acordo.

Pais fumadores, sob o efeito de drogas, álcool ou medicação, mães obesas e mães exaustas que possam não acordar com os sinais dados pelo bebé ou estar menos atentas à presença do corpo do bebé junto ao seu não devem partilhar a cama. Bebés prematuros devem sempre dormir na sua própria cama, havendo a opção de um berço que fique colado à cama dos pais.

Falar sobre este tema abertamente com um profissional de saúde, para conhecer riscos e benefícios de qualquer prática, é essencial ao esclarecimento adequado das famílias para que possam, em segurança e consciência, decidir aquilo que mais se adequa à sua vida familiar.

Um artigo da médica Carolina Prelhaz, especialista em Pediatria na Clínica de Santo António.