Maria Botelho Moniz esteve à conversa com Cristina Ferreira numa entrevista emotiva e reveladora, que marcou a estreia de Cristina como apresentadora do programa 'Conta-me'.

"O meu sonho era ser a primeira atriz portuguesa a ganhar um óscar", começa por contar Maria, recordado a época em que decidiu ir para Nova Iorque estudar representação e o percurso que fez para chegar até aqui.

Apesar de nem tudo ter corrido como esperado, Maria não tem dúvidas de que "valeu a pena" e que está agora a colher os frutos do seu "muito trabalho".

As saudades do pai

Maria prepara-se para em janeiro de 2021 ser a nova cara das manhãs da TVI. A apresentadora estará ao lado de Cláudio Ramos em 'Dois Para as 10'. E num dos momentos mais felizes da sua vida, a sua maior dor é não poder dividir a felicidade que lhe enche o peito com uma das pessoas mais importantes da sua vida: o pai.

"Tenho muita pena de não conseguir contar-lhe, sei que ele iria vibrar com cada detalhe", lamenta Maria, que perdeu o progenitor de forma repentina em abril de 2018.

"Tenho muita pena de não poder pegar num telefone para lhe ligar. Eu sai do teu gabinete e olhei para cima... Sempre que me é dada uma má notícia, uma boa notícia, eu olho para cima", conta, garantindo que o primeiro programa das manhãs que irá apresentar ao lado de Cláudio Ramos, no dia 4 de janeiro, será dedicado ao pai: "É para ele".

"Não há ninguém que substitua um pai, uma mãe, um irmão. É impossível, nem eu quero preencher essa ausência", explica, sem esconder que o pai lhe faz "muita falta" e que esta é uma dor que não se consegue apagar.

Aos 29 anos, Maria ficou "viúva"

Anos antes de ser confrontada com a perda do pai, Maria Botelho Moniz viveu um outro momento doloroso na sua vida. A apresentadora teve aos 29 anos de lidar com a morte do grande amor da sua vida. Salvador, o homem com quem namorava há 10 anos e com o qual tinha casamento marcado, morreu num trágico acidente de mota.

"Nunca mais me despedi de alguém da mesma forma", diz Maria, que na época considerou que tinha ficado "viúva".

Questionada por Cristina Ferreira se passados estes sete anos conseguiu ultrapassar a dor, Maria afirma: "Não passou. Não sei algum dia vai passa. Eu estive um ano e meio a viver no meio de um nevoeiro. Depois sentes os pés no chão, mas não te consegues manter bem de pé".

Maria sentiu-se durante vários anos perdida e sem saber como refazer a sua vida. "Um dia que eu seja mãe os meus filhos não vão ser quem imaginei. Porque ele já não vai ser o pai deles", este era um dos seus pensamentos constantes.

"Não é por acaso que a primeira coisa que eu digo quando me dizem ao telefone que ele morreu é: o que é que eu vou fazer?", recorda. A segunda coisa que fez fez foi chamar pela sua mãe, a mãe que lhe deu colo "como se fosse outra vez um bebé" e que viveu em sua casa durante três meses.

"A minha mãe dormiu três meses ao meu lado".

Maria precisou de aceitar que a sua vida não seria a mesma. "Não vai ser aquilo que tu sonhaste e que tu planeaste". E de aprender a lidar com todos os sentimentos de culpa.

"Lembro-me de dar a primeira gargalhada com vontade depois da morte dele e o sentimento é de culpa", revela.

"Ligo à minha sogra todos os meses"

Apesar da distância de que sentiu necessidade a certa altura, Maria manteve sempre uma ligação forte com a família de Salvador. "Ele são e serão sempre família para mim. Farão sempre parte da minha vida", garante.

"Ligo à minha sogra todos os meses. Para falar dela, saber como ela está. Falamos pouco dele, e tentamos que seja sempre uma memória feliz", acrescenta.

O novo amor de Maria

"Todos os dias me lembro dele. É inevitável. Foi muito tempo, foi muito amor", apesar de esta ser ainda a sua realidade, a nova grande aposta da TVI conseguiu voltar a apaixonar-se... ainda que este não tenha sido um processo fácil.

"Para mim deixar entrar alguém nem sequer era uma hipótese. Não sentia que fosse possível a certa altura, nem sequer achava que merecia isso", explica.

Maria achava que seria quase impossível encontrar alguém capaz de aceitar a sua história e de aceitar que existirá para sempre no seu coração uma "gavetinha" reservada a outra pessoa. "Não é qualquer pessoa que aceita isso", diz.

Apaixonada pelo piloto Pedro Bianchi Prata e com vontade de voltar a viver um grande amor, Maria quis antes de começar o relacionamento contar-lhe todos os detalhes sobre a sua história com Salvador.

"Para mim era importante que ele soubesse todos os detalhes, a história toda. Contei muito a medo, mas não escondi nada", revela.

Do outro lado recebeu a resposta que menos esperava, mas que a deixou plena de felicidade: "Tudo bem. Isso para mim não é nenhum problema".

Juntos desde abril, a apresentadora não tem dúvidas de que este amor lhe foi enviado. "Sei que este amor me foi enviado. Eu pedi muito. Pedi aos dois, juntem-se e enviem-me alguém, alguém aprovado pelos dois. E quando menos esperei, esse amor bateu-me à porta".

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