Cláudia Lopes foi a mais recente entrevistada do ‘Conta-me Como És’, da TVI, onde recordou a infância e falou sobre as dificuldades da vida de uma mulher porque, afirma, “o mundo é dos homens” e “não é fácil para as mulheres”. Além disso, abordou ainda um momento pessoal difícil: a perda de um filho.

Cláudia estava grávida de gémeos e perdeu um dos bebés. Isto porque os gémeos partilhavam a mesma placenta, o que fazia desta gravidez uma gestação de risco.

Inicialmente, a jornalista começou por falar do assunto com alguma ‘boa disposição’ misturada com dor, recordando a reação inesperada do marido quando inicialmente soube que ia ser pai de gémeos.

Hoje lamenta o facto de já não se sentir com força suficiente para ter um segundo filho. “Já não tenho idade para ter um segundo filho porque acho que não tenho força para passar por qualquer tipo de adversidade outra vez. Nem que fosse uma coisa mínima, nem que fosse dizerem: ‘está com a tensão muito alta, tem que descansar’. Aquilo que passei e que cheguei ao fim e tenho esta capacidade de contar um episódio para nós nos rirmos sobre o assunto, exige força para darmos a volta”, relata.

Logo de seguida, fala dos momentos difíceis que viveu na altura da perda. “Tu não podes ter dor”, afirmou, explicando: “Uma coisa é tu perderes uma gravidez, podes-te permitir à dor. Mas eu estava grávida, não podia permitir à dor. A coisa que mais adoro na vida é ouvir o meu filho rir. [...] Acho que chorei muito uma vez. Muito! E nesse dia agarrei-me ao meu marido e disse: ‘eu não posso chorar mais porque não quero ter um filho triste’”, recordou.

“Tens que agarrar naquela dor, dar um nó, resolvê-la na tua cabeça, porque acho que as dores não se escondem, não podes enfiá-las para debaixo do tapete, mas tens que resolvê-la”, partilhou.

Cláudia ainda foi a Londres na tentativa de salvar um dos bebés, um procedimento cujo o objetivo era “transformar uma placenta em duas”. As primeiras pessoas com quem esteve quando chegou do Reino Unido foi com os pais e lembra-se de sentir “drama” por parte da mãe, enquanto que o pai, que ainda estava vivo, dizia: “Calma, estamos cá todos”.

“Eu isso sou mais como o meu pai. Não vale a pena, tens que sentir o que tens que sentir, tem que te doer o que tem que doer, mas não vale a pena. Não resolves nada. Hoje olho para o meu filho e cada vez que ele ri, eu e o Marco lembramo-nos muito dessa frase, quando eu lhe disse que não queria ter um filho triste”, acrescentou.

Veja a entrevista completa aqui.