Em entrevista, no início do mês, Tozé Brito, cantor, compositor e produtor musical, um dos mentores das Doce, uma das bandas femininas portuguesas mais populares de todos os tempos, revelou que se sentiu fisicamente atraído pelos cinco elementos do grupo, Teresa Miguel, Lena Coelho, Laura Diogo, Fátima Padinha e, mais tarde, Ágata, que substituiu uma das cantoras durante uma licença de maternidade. "Era inevitável haver atração. Elas eram muito bonitas. Não vou negar", desabafou à revista TV Guia.

O jornalista João Bénard Garcia quis aprofundar o tema e perguntou-lhe se teriam existido romances no período em que acompanhou o grupo. "Houve amizades coloridas, chamemos-lhe assim", respondeu. "Privei de perto com elas, muitas semanas, fora de casa. Passaram-se coisas. Ficam entre nós. Não são para se contar", afirmou, sem se alongar mais. Fátima Padinha (à direita na imagem) não gostou do que leu e escreveu logo uma carta à diretora da publicação, Luísa Jeremias, que é divulgada hoje.

Mila Ferreira recorda tempo em que atuou com as Doce. "A Laura Diogo mudava de roupa três vezes por dia"
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"Os elementos do grupo Doce são mencionados de maneira difamatória", considera a antiga cantora, atualmente com 63 anos. "O senhor Tozé Brito pode ter as amizades que quiser, sejam elas coloridas ou a preto e branco, mas deve ter sobretudo respeito e consideração pelas senhoras, na época jovens, que fizeram as Doce e são hoje mães de família e merecedoras de respeito. Nunca o senhor Tozé Brito passou semanas connosco na estrada nem em tournées. Portanto, não teve muitas oportunidades para concretrizar essas [ditas] amizades coloridas. Só posso atribuir essas insinuações a fantasias patéticas que nunca se tornaram realidade", assegura.

"Demonstrou, assim, a desmesura do seu ego e, à conta do filme sobre as Doce, inventa aquilo que nunca aconteceu", critica. "As Doce foram idealizadas por quatro mulheres, Teresa Miguel, Fátima Padinha, Laura Diogo e Lena Coelho. O Tozé Brito foi essencialmente autor e compositor de algumas das músicas do grupo e não pai das Doce. Muitas vezes, ele nem sequer conseguia abranger o caminho que queríamos para as Doce. Estávamos muito à frente dele", garante a intérprete de "Café com sal".