Ao contrário do que sucedeu nos dois primeiros concertos que Madonna deu no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, que começaram cerca de 30 minutos depois da hora prevista, o de ontem, agendado para as 21h30, começou por volta das 22h50. Os problemas técnicos causados pela forte precipitação que, horas antes, se abateu sobre a capital portuguesa foram a causa apontada pela organização. "Choveu cá dentro e não era seguro estar em palco", lamentou.

O início do espetáculo decorreu sem incidentes até à parte em que a cantora americana, a recuperar de uma lesão muscular na anca que também lhe afeta a mobilidade de uma das pernas, tira uma polaroide que tenta, depois, vender aos fãs por um preço elevado. A primeira máquina fotográfica instantânea que lhe deram não funcionou e teve de ser substituída por uma segunda que tirou uma fotografia com problemas. Só ao terceiro aparelho, é que conseguiu.

Madonna agora é Madame X mas, no passado, já teve outro(s) alter ego(s)
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"É muito difícil conseguir que nos façam as coisas bem feitas", criticou a intérprete de êxitos como "Lucky star" e "Frozen". "Tenho um problema nos quadris e estou aqui de joelhos há mais de 10 minutos", reclamou, enquanto esperava. "O que eu não faço por vocês, Lisboa", afirmou a cantora norte-americana de 61 anos, antes de conseguir a polaroide que procura rentabilizar em todos os concertos da atual digressão internacional. "Não quero 50 € nem 100 €. Quero [licitações com] muitos zeros", assumiu a artista. Um fã estrangeiro ofereceu 3.000 € e levou a famosa fotografia para casa, mais 2.000 € do que no espetáculo anterior mas, ainda assim, menos 2.000 € do que na primeira noite.

Num dos segmentos em que atuaria com sapatos de salto alto, para se defender das dores, Madonna teve de usar calçado raso, o que também a irritou. "São muito feias mas ou calçava estas botas ou não havia espetáculo", garantiu a artista que, numa fase de transição entre canções mais próxima do fim do espetáculo, já perto da 01h30, também se aborreceu com o silêncio da plateia. "Está tudo calado", criticou a cantora. O público reagiu de imediato.

"Apesar dos desafios, das dores e da chuva, estou muito agradecia por esta noite", assumiu Madonna, pouco antes de se despedir e de sair do palco a cantar, atravessando o corredor central da plateia do Coliseu dos Recreios, momentos antes de ter deixado uma última crítica aos administradores da emblemática sala de espetáculos da capital. "Deviam mandar arranjar o teto. Chove cá dentro", criticou a intérprete de sucessos como "La isla bonita" e "God control".