Um chuvisco aqui e acolá não parece ser impeditivo para quem aprecia uma boa caminhada ou mesmo para quem já se atreve a uma passada de corrida, a tocar o estilo ‘pro’ dos atletas de competição.

Carla Andrade, 28 anos, não dispensa esta rotina pelo circuito de manutenção de Vilamoura, repleto de utentes, das mais variadas idades, a circular em sentidos contrários, mas sempre com muito respeito e de sorriso aberto para o “vizinho”. “O tal espírito desportivo que já não se vê nas estradas ou no trabalho, encontramo-lo aqui. Todos estes rostos já são meus conhecidos”, refere a jovem que todos os dias faz uma caminhada de 45 minutos corredor da boa forma da vila.

”Prefiro andar do que correr, mas quem sabe se, de repente, não evoluo para a corrida. É que a minha passada já foi bem mais lenta e cada vez consigo ir mais longe em menos tempo”, apesar de o seu objetivo não ser nem a competição, nem o emagrecimento: “Corro porque faz bem à saúde, sinto os meus pulmões mais abertos e fico com mais vontade de ir trabalhar”.

Um efeito psicológico idêntico ao da Andreia que corre porque lhe faz” libertar muita energia acumulada. Gosto de competir comigo mesmo e por isso levo sempre o meu cronómetro e quero bater os meus próprios recordes. Distrai-me do meu dia-a-dia”. É que aos 31 anos, a desportista ainda não conseguiu satisfazer o sonho de abrir o seu próprio negócio e continua a secretariar uma imobiliária: “Estudei gestão e sei que sou capaz de fazer mais e melhor, mas infelizmente ainda não surgiu a minha estrelinha. Até lá, corro…até mais não.”

E porque não a conseguimos acompanhar parámos junto da d. Celeste, 61 anos, muito concentrada junto de um dos aparelhos a meio do circuito: “ O médico aconselhou-me a três exercícios muito simples, mas diários. É o que faço. Primeiro de manhã sozinha e depois a seguir ao almoço com mais três amigas que conheci aqui. Tem sido revigorante”.

Nos corredores maiores, as bicicletas também têm uma palavra a dizer. Andrew e Sophie, casados há 29 anos, passam metade do ano no Algarve e a outra metade na sua terra natal, a Dinamarca “Adoramos este clima e a possibilidade de fazer exercício ao ar livre. E não só. Aqui praticamente não usamos carro. Investimos em bicicletas profissionais e é o nosso principal meio de locomoção. Quando não temos nada para fazer, vimos para o circuito…”

Também o trio Ana, Maria e Carolina fazem do circuito o seu ginásio, revezando-se na zona dos exercícios: “Não temos dinheiro para ir para um ginásio e precisamos de estar em forma que é como quem diz, emagrecer (risos).Aqui temos tudo: corremos, fazemos abdominais, alongamentos…ao som da música que queremos. Melhor que isto….só mesmo ver os resultados e os músculos a substituir a gordurinha…”.