
O que é que a cantora Amália Rodrigues e os jogadores de futebol Eusébio e Pelé tinham em comum? Todos sempre viajaram com a Abreu. Para Pedro Quintela, Sales & Marketing General Manager da agência de viagens portuguesa, esse facto fez deles a primeira vaga de influenciadores numa era em que as redes sociais estavam longe de existir. “Já na década de 1970 tinhamos influenciadores que diziam que viajam connosco, mas o que não havia eram os meios que há hoje para viajar.”
O empresário e viajante João Cajuda acredita que os influenciadores digitais “têm capacidade de moldar o destino, mas hoje em dia todos nós somos criadores de conteúdos. Esse processo [de moldagem] pode começar com influenciadores, mas depende da procura de todos nós”. O orador dá o exemplo de Bali, um destino que cresceu exponencialmente nos últimos anos graças ao aparecimento do Instagram e das fotografias que eram partilhadas online. E será que um influenciador tem capacidade para moldar a forma de viajar de um viajante? “Sim, mas isso não acontece sempre”, afirma.
Olhando para o crescimento da cidade de Lisboa, José Luís Arnaut apresenta números impressionantes. “Passámos de 16 milhões a 33 milhões de passageiros no aeroporto. Tivemos 21 milhões de dormidas na cidade de Lisboa.” O presidente da Associação de Turismo de Lisboa (ATL) considera que este boom foi impulsionado em grande parte pelas redes sociais que ajudaram a promover o destino e a alavancar o números de turistas na cidade. “O mercado americano representa 12% do turismo em Portugal”, salienta.
Atualmente é possível identificar três tipos de influenciadores ligados ao negócio das viagens: “os que contratamos e fazem a peça, as pessoas de grande influência com grandes seguidores e que gostam de projetar a sua própria realidade, e a terceira categoria é o cidadão que faz a sua parte.”

Questionado sobre o que gera mais envolvimento e engaging na altura de partilhar um destino online, João Cajuda, fundador da "Leva-me", uma agência especializada em viagens de aventura em grupo, refere que “a emoção gera mais partilhas” mas que, por outro lado, “a exclusividade converte mais.”
Tendo em conta o crescimento da Inteligência Artificial nos últimos anos, Pedro Quintela refere que o papel de consultor de viagens tem na AI um poderoso aliado na altura de apresentar uma proposta de viagem aos diferentes públicos que procuram experiências novas fora de Portugal. “Está a ter impacto na forma como os destinos estão a ser comunicados.”
Sobre as tendências de viagens para 2025, João Cajuda refere que apesar de ser algo difícil de prever “as viagens transformadoras, com impacto pessoal têm interesse e são constantes. As viagens de grupo funcionam sempre bem porque temos uma vida mais individual e solitária.”
José Luís Arnaut acredita que uma das melhores formas de tornar Lisboa num destino atrativo está no investimento no património cultural e na criação de eventos por toda a capital. “Lisboa está num processo de remodelação do TOP 10 de monumentos”, onde se incluem o Museu de Arte Antiga, o Mosteiro dos Jerónimos e o Museu do Tesouro Real.
Sobre aquilo que se segue e quais os principais desafios para a cidade Lisboa, o presidente da Associação de Turismo de Lisboa (ATL) é claro. “Temos de evitar que haja uma massificação do destino e temos de manter e valorizar a atratividade que Lisboa criou”, conclui.
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