Com muita frequência, os guias de finanças pessoais obscurecem as informações que realmente procuramos com pormenores tão complicados e entediantes que até um contabilista teria dúvidas. Alfred Mill, especialista em economia e docente, elaborou um guia financeiro abrangente que elimina o jargão desnecessário e as explicações aborrecidas.
Finanças Pessoais – Tudo o que precisa de saber (edição Marcador) fornece-nos informação desde a gestão de cartões de crédito, contrair um empréstimo até ao planeamento da reforma ou calcular o património líquido. Obra repleta de dicas financeiras, listas de planeamento informativas e planos fáceis de seguir.
Do manual, selecionamos o excerto que aqui publicamos:
Criação de um fundo de emergência. O seu dinheiro de reserva
Toda a gente deve ter um fundo de emergência, mas é provável que o leitor não saiba qual o montante que o seu fundo deve ter, a menos que saiba quais são as suas despesas mensais básicas. Regra geral, os consultores financeiros sugerem ter poupanças numa conta fácil de movimentar que sejam suficientes para cobrir as suas despesas de subsistência durante três a seis meses, mas não é uma situação do tipo “tamanho único”. Dependendo do número de elementos que sustentam a família que existam no seu agregado familiar e das suas outras fontes de rendimento, a sua família pode precisar de ter mais de seis meses de despesas numa conta de poupanças para emergências.
Ter esta rede de segurança financeira irá proporcionar-lhe paz de espírito em relação a como irá cumprir as suas obrigações financeiras mais básicas no caso de doença, perda de emprego, despesas não planeadas (por exemplo, reparações de monta ao nível da casa ou do automóvel) ou despesas médicas não cobertas por seguros. Ter um fundo de emergência é especialmente importante no caso de o leitor ter incertezas em relação ao seu emprego e ao mercado de trabalho.
Ter um fundo de emergência é especialmente importante no caso de o leitor ter incertezas em relação ao seu emprego e ao mercado de trabalho.
Quando tem um orçamento, pode calcular facilmente de quanto dinheiro irá precisar para cobrir as suas despesas de subsistência básicas e sem excessos se tiver uma perda de rendimentos súbita. Escreva o seu objetivo para o fundo de emergência e estabeleça um montante para depositar no mesmo todos os meses, usando a regra de “pagar a si mesmo primeiro”. Mantenha o fundo numa conta separada, como uma conta do mercado monetário, de maneira a ter menos tentações de recorrer a ele para situações que não constituem emergências. Dado que os fundos para emergências podem ser necessários de um momento para o outro, devem ser mantidos em contas de liquidez que sejam fáceis de movimentar rapidamente.
A alegria da frugalidade
Não se sinta desanimado se achar que não tem dinheiro extra para pôr de parte. Ao elaborar um orçamento realista e determinar objetivos de gastos e de poupança — e cumpri-los — pode criar dinheiro para poupanças, mesmo que, inicialmente, seja um montante muito pequeno.
Determine uma percentagem dos seus rendimentos para designar como poupanças. Os gestores financeiros sugerem 10%, mas se apenas conseguir dispor de 5 ou 2% na altura, comece por esse valor. Não cometa o erro de pensar que, se não consegue poupar imediatamente uma grande quantia de dinheiro, então não vale a pena tentar. Isso não pode estar mais longe da verdade.
Determine uma percentagem dos seus rendimentos para designar como poupanças. Os gestores financeiros sugerem 10%, mas se apenas conseguir dispor de 5 ou 2% na altura, comece por esse valor.
Estratégias para aumentar as suas poupanças
Abra uma conta de poupança separada. Se misturar os seus fundos do dia a dia com as suas poupanças, é quase inevitável acabar por usar uma parte ou a totalidade das poupanças e pode nunca voltar a repô-las.
Há também uma componente mental. Ver o saldo das suas poupanças aumentar de mês para mês e os seus objetivos financeiros a tornarem-se realidade é extremamente motivador. Se o seu salário for pago por transferência e a sua entidade patronal lhe permitir dividir a transferência por várias contas, considere a possibilidade de ter um montante fixo deduzido do seu salário todos os meses e depositado na sua conta de poupança. É muito mais fácil poupar quando o dinheiro não tem de fazer um desvio para a sua conta à ordem antes de chegar à sua conta de poupança. Se não tiver esta opção no emprego, crie uma transferência automática para a sua conta de poupança. As contas bancárias online permitem fazer isto gratuitamente — até retiram dinheiro de um banco diferente. Passado algum tempo, conforme for ajustando o seu orçamento e os seus gastos, nem sequer sentirá falta do dinheiro que está a aplicar em poupanças.
Se misturar os seus fundos do dia a dia com as suas poupanças, é quase inevitável acabar por usar uma parte ou a totalidade das poupanças e pode nunca voltar a repô-las.
Encare-o como um empréstimo
Se for obrigado a recorrer às suas poupanças numa situação de emergência, encare isso como um empréstimo. Se não conseguir pagá-lo de uma só vez, crie um plano de reembolso e pague a si mesmo como se fosse uma conta normal. Caso contrário, poderá nunca repor as suas poupanças para emergências.
Utilize os lucros inesperados para aumentar as suas poupanças, em vez de os gastar. Os bónus, reembolsos de impostos, descontos, pagamento de horas extraordinárias, rendimentos de passatempos ou vendas de garagem, presentes monetários oferecidos pela família, prémios de lotaria e outros lucros monetários esporádicos podem constituir avanços mais rápidos para alcançar os seus objetivos, sem ter de fazer cortes adicionais nos gastos. Quando tiver um aumento de salário, aplique a totalidade ou uma parte em poupanças todos os meses e continue a viver com o salário anterior. Quando liquidar um empréstimo, continue a poupar o montante da prestação todos os meses, transferindo-o para a sua conta de poupança em vez de para o banco ou para a sociedade financeira. Dado que já tem o hábito de não contar com esse dinheiro, nem sequer sentirá a sua falta.
Não seja vítima da publicidade
Com um plano de gastos, não precisa de se privar de coisas que realmente quer, mas deve perguntar a si mesmo se realmente as quer.
Os especialistas recomendam as seguintes estratégias:
- Não use as compras como uma forma de entretenimento;
- Não faça compras por impulso;
- No caso de artigos que realmente quer ou de que precisa, procure saldos e ofertas especiais;
- Faça as compras em outlets ou em armazéns de desconto e na Internet;
- Antes de comprar eletrodomésticos, aparelhos eletrónicos, equipamento informático e outros artigos caros, pesquise-os em revistas que tenham opiniões dos consumidores;
- Faça algumas das suas compras num grande armazém, se houver um perto de si.
Críticas de produtos
Pode encontrar críticas de produtos e comparações de preços online — certifique-se apenas de que a fonte é fiável e imparcial. Um bom sítio é o www.kuantokusta.pt bem como o www.deco-proteste.pt
Comentários