A PSOPortugal – Associação Portuguesa da Psoríase alerta os cabeleireiros para os principais cuidados a ter perante casos de psoríase do couro cabeludo, uma das formas mais predominantes da doença.

A psoríase do couro cabeludo não causa quaisquer lesões nos folículos capilares, por isso a queda de cabelo não costuma ser permanente. Este tipo de psoríase caracteriza-se pelo aparecimento de placas espessas que se estendem até à testa, à volta, e dentro das orelhas. As áreas do couro cabeludo mais afetadas pelas placas são as orelhas (lóbulos das orelhas), a base do pescoço (nuca), a testa e a linha do cabelo, na parte em que se separa o cabelo.

Ao contrário da caspa, que não se sente quando se passam os dedos, na psoríase, as protuberâncias podem ser sentidas devido à acumulação de escamas entre os fios de cabelo.

“Os doentes de psoríase que apresentam placas na zona do couro cabeludo devem tratar o cabelo com cuidado e evitar coçarem-se para não aumentar a irritação”, aconselha Vítor Baião, presidente da direção da PSOPortugal.
É importante lavar e secar o cabelo sempre com suavidade. Para ajudar o couro cabeludo a recuperar o seu equilíbrio natural, pode usar-se um champô normal ocasionalmente, alterando com um champô medicinal recomendado pelo médico.

“Perante um cenário de psoríase do couro cabeludo, os cabeleireiros devem ter cuidado para não escovar o cabelo com demasiada força, pois pode agravar a inflamação e desacelerar o processo de cicatrização”, alerta Paulo Ferreira, dermatologista.

Certifique-se que seca bem atrás das orelhas e em ambos os lados dos lóbulos das orelhas. Não deve utilizar o secador no calor máximo e mantenha-o a 30 centímetros da cabeça, quando seca o cabelo. Evite usar rolos e frisadores que puxam o cabelo e secam o couro cabeludo. Use uma escova de cabelo com cerdas naturais em vez de uma escova de plástico.

Se existirem placas muito severas no couro cabeludo, um corte de cabelo curto poderá ser mais confortável e prático. Quando uma pessoa tem uma crise no couro cabeludo, é melhor adiar pintar o cabelo ou fazer uma permanente até as placas sararem.

Em relação ao tipo de corte de cabelo, é preferível evitar os cortes que colocam muita tensão no cabelo e obrigam a uma escovagem no sentido contrário. Os acessórios de cabelo (ganchos, fitas) não são recomendados. O couro cabeludo e as orelhas devem permanecer expostos ao ar e à luz.

Se suspeitar que uma pessoa tem psoríase, é aconselhável encaminhá-la para um dermatologista. O diagnóstico e tratamento corretos podem ajudar a manter a psoríase numa fase de remissão.

A psoríase é uma doença auto-imune que se manifesta no maior órgão – a pele, não sendo contagiosa, é crónica e pode surgir em qualquer idade. O seu aspeto, extensão, evolução e gravidade são variáveis, caracterizando-se pelo aparecimento de lesões vermelhas, espessas e descamativas, que afetam sobretudo os cotovelos, joelhos, região lombar, couro cabeludo e unhas. Cerca de 10 por cento dos doentes acabam por desenvolver artrite psoriática. Em Portugal esta doença afeta mais de 250 mil pessoas e cerca de 125 milhões em todo o mundo.

 

Lusa 

23 de novembro de 2011