A evolução dos preços das casas entre 2012 e 2021 refletiu, “o efeito da pressão da procura por habitação e de uma, relativamente, fraca dinâmica de oferta de casas”, tendo sofrido um aumento de 77,6%.
Esta é umas das principais conclusões obtidas no recente estudo “A crise da habitação das grandes cidades”, realizado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, que analisou a evolução do stock de casas existentes, marcada pela dinâmica de reabilitação, bem como pela construção de casas novas.
O estudo conclui que os preços das casas, na última década, foram condicionados pela existência de um parque habitacional envelhecido, com um pendor maior de reabilitação e menor em termos de construção nova.
“Forte abrandamento” na construção
Tendo em conta a relevância do indicador da construção na evolução dos preços, este estudo remete para os números do INE referentes ao período entre 2013 e 2022, os quais mostram que foram construídos, aproximadamente, 150 mil alojamentos — o que contrasta com os cerca de 630 mil alojamentos na década anterior.
Os responsáveis pelo estudo explicam ainda que este “forte abrandamento” da construção, transversal a todas as regiões, é, em parte, resultado do foco no processo mais moroso, complexo, mas necessário da reabilitação urbana.
Preços em 2023
Em 2023, a subida dos preços das casas está a abrandar e há mais imóveis disponíveis. Segundo o Índice de Preços Alfredo (reúne informação de portais públicos de listagem e agências imobiliárias que é trabalhada via Inteligência Artificial), no primeiro semestre deste ano, registou-se um aumento de 1,65%.
Esta evolução representa uma travagem significativa na subida de preços. Os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), mostram que os preços das casas aumentaram 11,3% no último trimestre do ano passado, face ao mesmo período do ano anterior.
Neste primeiro semestre destaca-se ainda o aumento do número de imóveis disponíveis no mercado, permitindo antever que a dinâmica do mercado imobiliário pode ainda sofrer alterações. Em junho, o preço médio por metro quadrado para os imóveis das principais capitais de distrito do país estava nos 2.100 euros. Este valor corresponde a uma variação de 5% nos últimos 12 meses.
Assim, a evolução dos preços das casas passa agora por questões diferentes, nomeadamente por juros mais altos e pelo aumento do custo de vida, e estas podem ditar novas dinâmicas.
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