Tudo parece ficar mais calmo à nossa volta, quase a puxar-nos para essa acalmia. No entanto, por vezes, é difícil fazer esta passagem de um ritmo que nos é constantemente pedido que seja acelerado e rápido para um ritmo de frequência baixa, mais propício ao descanso. Se já experienciou aquela sensação de que os primeiros dias de férias são para desligar do trabalho e das obrigações diárias, é dessa sensação que estamos a falar.

Existem alguns cuidados que pode ter, dando mais atenção a si durante o ano e que o podem ajudar a acalmar o seu ritmo interno, bem como a melhor forma de usufruir das suas férias e do seu merecido descanso.

Não estar sempre em alta frequência

De forma principal, é crucial que o seu ritmo interno não esteja sempre acelerado. Ou seja, por um lado, é importante que perceba os seus limites e que não leve o seu ritmo até eles e, por outro lado, não deve esperar apenas pelas férias para se proporcionar momentos de descanso. O nosso ritmo não deve estar sempre acelerado, sendo necessário equilibrá-lo com momentos de tranquilidade, prevenindo a exaustão psicológica e física.

Oiça o que o seu corpo lhe diz

Outro ponto importante é ouvir-se. Ouvir o seu corpo e os sinais que este lhe dá. O seu corpo tem mecanismos que lhe transmitem o cansaço ou falta de atenção, a exaustão ou o seu mau funcionamento, basta que o oiça. Para isso, deve aumentar o seu auto-cuidado e a reflexão sobre si mesmo. Dar-se momentos de tranquilidade para poder ouvir o seu corpo e respeitar o que este tem para dizer.

Ter um momento de tranquilidade diário

Deve tentar que, pelos menos, durante dez minutos do seu dia sejam marcados por uma atividade onde o seu ritmo interno seja muito baixo. Algo que não exija muito dos seus recursos cognitivos nem de esforço físico. Ver uma pintura, olhar para uma paisagem ou ouvir música sentado num jardim. Seja qual for a atividade, o importante é que se sinta a contemplar o que está a fazer, com a sua consciência em pleno naquele momento. Se tiver um momento de tranquilidade diário, que goste do que sente ou que lhe dê prazer, a passagem de ritmo entre o trabalho e as férias será muito mais fácil de realizar, mais natural e mais proveitosa para si. Use isto para que, ao longo do ano, o seu ritmo não esteja fora de si mas, sim, dependente de si.

Manter a responsabilidade pelo nosso ritmo interno é fulcral para estarmos bem connosco próprios, com os outros e com o que nos rodeia. Isto levará a maior motivação para a ação da nossa parte e maior bem-estar que se irá refletir na nossa forma de agir e de pensar, mas, sobretudo, na nossa forma de sentir a vida que será, certamente, melhor aproveitada.

Tiago A. G. Fonseca

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