A diabetes afeta a vida sexual dos diabéticos. "O papel da diabetes, quer na origem do problema, quer através da relação que tem com outros problemas de saúde, eles mesmos um fator de risco para as disfunções sexuais, tem vindo a ser clarificado, parecendo haver uma relação clara entre ambas", alerta um artigo publicado no Diabetes 365º, o inovador projeto multiplataforma que ensina os portugueses a lidar com esta patologia, que condiciona a vida de milhões de portugueses.
A diabetes tem vindo a ser associada à disfunção sexual. "Nos homens, a diabetes é considerada um fator de risco para a disfunção sexual. O risco de casos de disfunção erétil em homens diabéticos tem vindo a ser documentado em vários estudos por comparação com homens não diabéticos", refere o artigo. Nas mulheres, esta evidência é menos conclusiva embora grande parte dos estudos demonstre uma prevalência maior do problema em mulheres diabéticas.
Uma das disfunções sexuais masculinas mais comuns é a disfunção erétil, que pode ser definida como a incapacidade recorrente de atingir ou manter a ereção do pénis, impedindo a penetração. Essa impossibilidade, uma disfunção muito prevalente e que aumenta com a idade, diminui a qualidade de vida dos homens. "A disfunção sexual feminina é uma condição muito mais complexa. Atinge mulheres de todas as idade e etnias e é caracterizada por alterações nas mudanças psicofisiológicas que naturalmente ocorrem durante o ciclo sexual da mulher, incluindo alterações no desejo sexual, na estimulação, no orgasmo ou dor", alerta ainda o Diabetes 365º.
Por que é que o doente diabético é vítima destas ocorrências? A hiperglicemia, a quantidade excessiva de açúcar no sangue (glicose) é muito frequente na diabetes. Não é ainda claro se este fator, responsável, por exemplo, por várias complicações vasculares (problemas nos vasos sanguíneos), participa no surgimento da disfunção sexual. Mas sabemos que no caso da disfunção erétil, são um conjunto de alterações vasculares, hormonais e neurológicas que causam o problema.
"A neuropatia diabética, por exemplo, um conjunto de alterações neuronais causadas pela doença, vai afetar terminações nervosas que são responsáveis pelas ereções. Por outro lado, o relaxamento dos músculos numa zona do pénis, causado pelo excesso de glicose, também contribui para essa disfunção. Além destas, novas evidências têm vindo a sugerir que homens diabéticos tenham um risco de diminuição dos níveis de testosterona", alerta também o Diabetes 365º.
A presença de níveis baixos desta hormona no organismo podem conduzir a uma diminuição no desejo sexual e, direta ou indiretamente, à disfunção erétil. "O nosso entendimento atual dos aspetos médicos e psicológicos das disfunções sexuais femininas é pobre relativamente ao masculino, sendo comummente aceite tanto a componente física como a mental para a abordagem ao problema e, por vezes, mesmo a componente social", refere o artigo da plataforma de literacia.
"O estudo destes mecanismos ainda precisa de ser mais aprofundado mas, até agora, sabe-se que uma normal resposta sexual feminina junta as funções nervosas, que percecionam os estímulos eróticos, a um aumento da concentração de sangue que atinge os vasos da genitália externa e da vagina. Nessa altura, tanto o relaxamento dos músculos da zona erétil da genitália, como o fluxo sanguíneo dessa região, dependem de substâncias que o corpo aí deposita. A produção de níveis normais de várias hormonas também é necessária para que a componente psicológica da atividade sexual funcione na perfeição", refere o Diabetes 365º.
A diabetes, devido à hiperglicemia, aumento da possibilidade de infeção, alterações vasculares, problemas neuronais e alterações hormonais, pode afetar todo este complexo sistema integrado causando disfunção sexual. Comum a ambos os sexos, está sempre adjacente a ideia de que é importante lembrar que os doentes diabéticos têm, muitas das vezes, outras condições clínicas associadas que são, comprovadamente, fatores de risco para a disfunção sexual.
É o caso da hipertensão, do excesso de peso ou da obesidade, da síndrome metabólica, do tabagismo e da dislipidemia, que afetam a sexualidade. "As disfunções sexuais impedem uma vida sexual satisfatória e gratificante. Ainda que complicadas, pense que hoje em dia há várias soluções que podem e devem ser discutidas com o seu médico no sentido de normalizar o problema e, claro, melhorar em muito a sua qualidade de vida", esclarece, no entanto, o Diabetes 365º.
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