Fazem parte dos rituais de acasalamento dos seres humanos mas, apesar da evolução das mentalidades, continuam a ser um tema tabu para muitas pessoas, sobretudo no que se refere ao sexo anal. As relações sexuais podem caracterizar-se pela penetração vaginal e/ou anal ou por sexo oral, sendo estes dois últimos tipos por vezes esquecidos no que toca à prevenção de doenças sexualmente transmissíveis.
As suas consequências para o homem e para a mulher também não podem ser descuradas. No que respeita ao sexo oral e anal, é importante ter em conta que devem ser adoptadas as mesmas proteções de barreira do que para o sexo vaginal, como o preservativo masculino ou o dique/lençol de borracha no caso do sexo oral nas mulheres, semelhante ao usado nos dentistas durante os tratamentos.
Sexo oral
O sexo oral já não é o tabu de outros tempos, tendo cada vez mais adeptos quer em casais heterossexuais como em homossexuais. Porém, antes de praticar sexo oral é importante conhecer as consequências que daí podem advir se não forem tomadas as devidas precauções. Tem vantagens no sexo feminino, uma vez que permite às mulheres atingir o clímax com maior facilidade.
Também se revela benéfico para o sexo masculino, podendo ajudar os homens com pequenos problemas de ereção. Apesar disso, o sexo oral pode aumentar o risco de contrair doenças como a clamídia, a gonorreia, o HPV e até o VIH.
Embora o HPV seja mais frequentemente transmitido por sexo vaginal e anal, também pode haver a transmissão por sexo oral, sendo a estirpe 16 deste vírus responsável por 60% dos casos de cancro oral.
A adopção de medidas preventivas é, como defendem os sexólogos, o caminho mais seguro, sendo perfeitamente possível apreciar os prazeres do sexo oral ao usar proteção de barreira, asseguram mesmo muitos especialistas, nacionais e internacionais. Para não correr riscos desnecessários, faça testes a doenças sexualmente transmissíveis e peça ao seu parceiro sexual para fazer o mesmo.
Não se foque apenas na área genital, as doenças sexualmente transmissíveis não se cingem apenas a essa zona, como é o caso das infeções na garganta. Apesar de a maioria das DST poder ser tratada, também existem infeções sem cura como a infeção por HIV, herpes ou HPV, pelo que um diagnóstico atempado é essencial para a sua proteção e do seu parceiro. E pode, como sempre, optar pelo coito tradicional!
Sexo anal
O sexo anal sempre foi controverso, sendo uma prática mais comum entre os homens homossexuais, apesar de também fazer parte das preferências sexuais de muitas mulheres. Estima-se mesmo que 5% a 10% das mulheres sexualmente ativas já realizou sexo anal. Se praticado com cuidado, é possível e fonte de prazer. Porém, o sexo anal acarreta vários riscos tanto para os casais homossexuais como para os heterossexuais.
No sexo anal sem proteção, além da probabilidade de transmissão de doenças sexuais ser elevada, a falta de lubrificação natural do ânus pode causar fissuras que facilitam a infeção, aumentado no caso do VIH o risco de infeção em 30 vezes em relação ao sexo vaginal. O ânus tem inúmeras bactérias que, ainda que possam não ser a causa das doenças sexualmente transmissíveis, podem levar a infeções no trato vaginal e anal.
O ânus foi concebido para conter fezes, sendo controlado pelo esfíncter anal. A penetração anal frequente pode levar ao enfraquecimento do esfíncter, tornando difícil suster as fezes. O uso do preservativo masculino é a melhor forma de proteção contra a disseminação de doenças durante o sexo anal. Para além do uso do preservativo, deve ter outros cuidados, nomeadamente:
- Evitar o sexo oral ou vaginal após o sexo anal com o mesmo preservativo
- Usar um lubrificante à base de água para evitar a degradação do látex
- Parar se o sexo anal se tornar doloroso
- Contactar um médico se ocorrer hemorragia após o sexo anal
A hemorragia após o sexo anal pode dever-se a hemorroidas ou a algo mais sério como a perfuração do intestino, pelo que exige o contacto urgente com um médico.
Texto: Clínica médica euroClinix com Luis Batista Gonçalves (edição)
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