A osteoporose é uma doença silenciosa que, gradualmente, enfraquece os ossos, podendo provocar fraturas ósseas dolorosas e incapacitantes, que podem ocorrer tão simplesmente após um movimento súbito ou uma queda menor (por exemplo: queda da própria altura quando se tropeça), conduzindo a perda de autonomia física ou a cuidados prolongados.
Em Portugal, estima-se que mais de 800 mil pessoas sofram desta doença reumática, cuja fase inicial geralmente é assintomática, o que dificulta o diagnóstico precoce. Estudos europeus revelam que oito em cada 20 (40%) mulheres e três em cada 20 (15%) homens irão sofrer uma ou mais fraturas ao longo da sua vida. Além disso, após os 65 anos de idade, o risco de fratura aumenta exponencialmente e a frequência de fraturas nas mulheres é 2-3 vezes superior à dos homens.
De acordo com o maior estudo sobre a prevalência de doenças reumáticas em Portugal (EpiReumaPt), a prevalência de osteoporose nas mulheres portuguesas pós-menopáusicas acima dos 50 anos é significativamente superior, correspondendo a 39%. Estas mulheres têm uma elevada prevalência de fraturas de fragilidade, ou seja, de baixo impacto (18%). Além disso, quando se analisa o consumo de medicação, verifica-se que apenas 15% das mulheres pós-menopáusicas com osteoporose refere estar sob terapêutica e 19% mencionam ter feito algum tratamento no passado. Assim, a osteoporose e as fraturas osteoporóticas são consideradas um grave problema de saúde pública, não só devido à sua elevada prevalência mas também às consequências médicas que implicam, à diminuição da qualidade de vida associada e aos seus custos económicos e sociais muito elevados.
Como fazer frente à osteoporose?
Apesar do melhor conhecimento desta doença por parte dos profissionais de saúde e pela população continuamos a verificar um subtratamento da osteoporose. É imprescindível consciencializar a população para a magnitude deste problema e assumir medidas preventivas eficazes para evitar a intensificação do problema: prevê-se que na União Europeia, a incidência anual de fraturas do colo do fémur sofra um aumento de 125.000 para um milhão em 2020.
Sabe-se que os principais fatores de risco são: a idade; o sexo (a probabilidade de fratura é sempre superior no sexo feminino em qualquer idade, uma vez que o osso masculino tem outras características e geometria diferentes); os antecedentes fraturários (fratura de baixo impacto) depois dos 40 anos; os antecedentes familiares de fraturas (sobretudo do colo do fémur, nos pais); o tabagismo; o consumo exagerado de álcool (superior a três porções/dia) e a corticoterapia prolongada (mais de 5 mg durante mais de 3 meses). A prevenção da osteoporose visa sobretudo melhorar a massa óssea e pode ser feita através da identificação e correção precoce dos fatores de risco que são modificáveis, principalmente dos que se relacionam com o estilo de vida (hábitos alimentares e atividade física).
A prevenção pode iniciar-se ainda na infância, com a adoção de uma dieta rica em cálcio, exposição ao sol nos horários adequados (para ajudar a fixar a vitamina D no osso) e a prática de exercício físico regular. Estas medidas não farmacológicas visam a manutenção da massa óssea e devem ser mantidas ao longo da vida.
Leia ainda: Quais os riscos de passar demasiado tempo sentado
Saiba também: De que forma os cuidadores de doentes deverão e poderão atuar
Comentários