É rico em potássio e em magnésio mas ainda é relativamente desconhecido da maioria. Rico em açúcar,, também fornece ao organismo bons níveis de cálcio, vitaminas C, A, B1 e B2 e minerais essenciais. A nível medicinal, a planta que dá origem ao figo-da-índia é utilizada no fabrico de produtos farmacêuticos indicados para o tratamento de doenças urinárias e de patologias das vias respiratórias. Das suas sementes extrai-se um óleo muito usado em produtos de cosmética.
O figo-da-índia, um fruto diurético, consome-se, por regra, fresco, mas também como fruto seco, em sumos naturais e até em bebidas alcoólicas. Também é utilizado para extração de corantes, sobretudo quando o interior é vermelho. No Brasil, um dos países onde é muito consumido, a planta que lhe dá origem é aproveitada como forragem para depois se alimentar o gado. Trazida para a Europa por descobridores espanhóis, adaptou-se à zona mediterrânica.
O consumo desta planta começou há cerca de 9.000 anos, garantem especialistas. No Algarve e no Alentejo, onde existe muito, os catos de onde nascem crescem selvagens há séculos. Em tempos idos, serviam mesmo para delimitar as propriedades e até para alimentar os porcos criados naquela região. As cabras e ovelhas deliciam-se com as suas folhas. No entanto, com o avançar dos anos, esta planta tem sido, tal como o seu fruto, ignorada por muitos portugueses.
As flores são hermafroditas (autoférteis) com pétalas amarelas ou amarelo-alaranjada. Podem existir duas florações por ano, uma na primavera e outra no princípio de outono, necessitando de temperaturas diurnas superiores a 20º C. Existem variedades de fruto brancas, amarelos (os mais apreciados), roxos e vermelhos. O fruto é uma baga ovóide de cor amarela, roxa ou vermelha, mede entre cinco a nove centímetros de comprimento e pesa cerca de 120 gramas.
Esta planta, que pode ser cultivada em jardins, em hortas e em pomares, gosta de solos húmidos, arenosos, silico-argilosos, profundos e bem drenados. E não tem grandes exigências nutritivas, adaptando-se, por isso mesmo, a solos com fraca fertilidade. É, por isso, uma solução que se adapta muito bem à morfologia geográfica e agrária do país. De polpa sumarenta e gelatinosa, os seus frutos, ricos em antioxidantes, podem ser apreciados nos meses de calor.
Texto: Pedro Rau (engenheiro hortofrutícola)
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