A forma e a velocidade com que ingerimos os alimentos pode influenciar a maneira como nos sentimos.

A verdade é que comer muito rápido pode originar o que chamamos de “gases” e consequentemente outros sintomas tais como sensação de distensão abdominal, flatulência e eructações (também denominados de “arrotos”). Isto acontece essencialmente porque quando comemos aceleradamente, há uma tendência para deglutirmos ar juntamente com os alimentos, sendo este processo denominado de aerofagia.

O excesso de ar deglutido ao entrar no trato digestivo pode acumular-se e dar origem à sintomatologia descrita anteriormente.

Apesar da velocidade com que ingerimos os alimentos influenciar diretamente a acumulação de gases, os alimentos que ingerimos também são uma causa importante. As bebidas carbonatadas ou até mesmo as pastilhas elásticas também podem estar associadas a estes sintomas.

Além disso, quando comemos de forma apressada, o processo de mastigação é inadequado, o que pode dificultar não só a digestão dos alimentos no nosso trato digestivo como também afetar o esvaziamento gástrico e a motilidade intestinal.

Neste sentido, é de extrema importância mastigarmos adequadamente os alimentos e comermos de forma pausada, de maneira a prevenirmos estes sintomas. Apesar de serem medidas simples, estas recomendações melhoram a digestão, reduzem a possibilidade de sensação de distensão e desconforto abdominal e promovem a saciedade.

Lembre-se que adotar hábitos alimentares conscientes pode melhorar o seu bem-estar diário e consequentemente a sua saúde.

Um artigo da médica Ana Laranjo, gastroenterologista no Hospital Lusíadas Lisboa.