"Em linhas gerais, subestimamos as dificuldades da produção em massa. Normalmente, leva de cinco a dez anos para produzir uma nova vacina. E fizemos isto em 10 meses (...) Mas de certa forma, a ciência superou a indústria", disse Von der Leyen no Parlamento Europeu.
De acordo com a presidente da Comissão Europeia, as vacinas para conter a pandemia de coronavírus "contêm até 400 componentes, e a produção envolve até 100 empresas, e é por isto que criamos um grupo para aumentar a produção industrial das vacinas".
No seu primeiro discurso em público sobre a situação, Von der Leyen declarou que a Comissão cometeu erros ao adquirir vacinas em nome de todos os países da UE, mas defendeu a estratégia geral.
"Demoramos na autorização (de vacinas). Fomos muito otimistas no que diz respeito à produção em massa. E talvez tivéssemos muita certeza de que o que pedimos seria entregue a tempo", expressou.
Mas ter permitido que os países mais ricos da Europa assumissem as vacinas e deixassem os países menores de lado "teria sido, acredito, o fim da nossa comunidade", disse.
Von der Leyen e a direção da UE estão sob forte pressão pelas dificuldades encontradas para abastecer com vacinas os países do bloco.
Em 2020, a Comissão estabeleceu que negociaria em nome dos 27 países integrantes da UE com os laboratórios farmacêuticos. Com a prerrogativa, assinou contratos de pré-compra para 2,3 mil milhões de doses.
Mas os problemas de fornecimento de vacinas já provocaram uma disputa, depois de a AstraZeneca anunciar que não poderia entregar de maneira imediata as doses que prometeu ao Reino Unido e UE.
Além disso, numa tentativa de controlar a produção de vacinas no continente europeu mas destinadas a países fora do bloco, a UE adotou precipitadamente um sistema de registo que provocou um incidente diplomático com a Irlanda e o Reino Unido.
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