O levantamento do IBGE, órgão oficial de estatísticas do Governo brasileiro, informou que apenas 49,1 milhões de domicílios (68,3%) tinha alguma ligação com a rede de esgotos.

Porém, apesar de constatar o défice de infraestruturas os dados mostraram que houve no ano passado um aumento no número de casas com saneamento básico no país, face aos resultados de 2018, principalmente nas regiões onde este problema afeta mais pessoas.

No norte do Brasil, a taxa aumentou 5,6 pontos percentuais, mesmo assim com a rede de esgotos a chegar a apenas 27,4% das casas da região. A região centro-oeste atingiu 60%, dado que indica um aumento de 4,4 pontos percentuais.

O nordeste brasileiro também apresentou crescimento, de 2,6 pontos percentuais, mas permanece com menos da metade da população com acesso à rede de esgotos (47,2%).

Já as regiões mais ricas do país continuaram a apresentar as maiores taxas de casas com ligação à rede de esgotos, no sudeste (88,9%) e sul (68,7%).

“Há uma tendência lenta de crescimento desde 2016. Nota-se uma variação um pouco maior este ano, muito em função do crescimento nas regiões norte, nordeste e centro-oeste”, explicou a pesquisadora do IBGE, Adriana Beringuy.

Em relação aos domicílios com fossa sética não ligada à rede geral de esgotos, o número alcançava 19,1%.

Para o IBGE o resultado indica que “nove milhões de domicílios no Brasil despejavam dejetos de maneira inadequada, como em fossa rudimentar, vala, rios, lagos e mar”.

Nas regiões norte e nordeste a percentagem foi ainda maior, de 42,9% e 30,7%, respetivamente, enquanto no sudeste as fossas séticas eram utilizadas somente em 5,5% das casas.

Dos 72,4 milhões casas estimados pela pesquisa do IBGE em 2019, 97,6% (70,7 milhões) possuíam água canalizada e 88,2% (63,8 milhões) tinham acesso à rede geral de abastecimento de água.

Em 85,5% dos lares, a rede geral de distribuição de água era a principal fonte de abastecimento.

Outro dado relevante da pesquisa indicou que a percentagem de residências no país com recolha de lixo feita diretamente por serviço de limpeza ficou em 84,4%, uma expansão de 2,1 milhões de domicílios (ou mais 3,6%) em um ano na comparação com dados de 2018.

Em 7% das casas do país a recolha de lixo era feita em contentores de serviço de limpeza, enquanto em 7,4% o lixo era queimado nas propriedades.