Sem especificar valores, nomeadamente da quebra dos apoios desde o escândalo que abalou a instituição, a presidente da Raríssimas disse que encontrou a associação numa situação "muito delicada."

Em janeiro, a quebra dos donativos dos mecenas foi significativa, embora a presidente não especifique valores.

Viatura devolvida

Numa conferência de imprensa marcada para assinalar o primeiro mês da nova direção da Associação, a presidente, Sónia Margarida Laygue, revelou que já foram efetuados alguns cortes, como uma viatura que tinha "um custo não aceitável", e ainda ao nível de alguns aumentos salariais que não se vão verificar.

As dívidas com os fornecedores estão a ser negociados e os salários a serem pagos, afirmou.

Na altura da tomada de posse, a nova presidente da direção afirmou que a equipa que apresentou faria tudo o possível "para salvar esta associação e continua a dar a estas pessoas a resposta que precisam".

Sónia Margarida Laygue assumiu não ter nenhuma experiência associativa, mas comprometeu-se a usar a experiência que tem na área dos recursos humanos e na participação em projetos internacionais ligados à diversidade e inclusão.

Polémica com Paula Brito e Costa

No dia 12 de dezembro, a antiga presidente da associação Raríssimas, Paula Brito e Costa, apresentou demissão na sequência de uma investigação da TVI que coloca em causa a sua gestão na instituição.

Em declarações ao jornal, Paula Brito e Costa diz que pediu ao ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva, a suspensão temporária de funções, enquanto estivesses a decorrer as investigações. “Esta opção foi estudada pelo gabinete, mas não existe a figura da suspensão temporária no quadro das IPSS e, portanto, saio", explicou ao Expresso.

Paula Brito e Costa saiu da presidência da instituição três dias depois de uma investigação da TVI sobre a gestão da associação Raríssimas - Associação Nacional de Doenças Mentais e Raras, financiada por subsídios do Estado e donativos.

A investigação mostra documentos que colocam em causa a gestão da instituição de solidariedade social, nomeadamente da sua presidente, Paula Brito e Costa, que alegadamente terá usado o dinheiro em compra de vestidos e vários gastos pessoais. "A minha presença já está a afetar a instituição e tenho de sair. Esta é uma cabala muito bem feita", afirma Paula Brito e Costa ao Expresso.

A polémica fez ainda cair o na altura secretário de Estado da Saúde, o médico Manuel Delgado, que foi consultor da Raríssimas.