Em declarações ao jornal, Paula Brito e Costa diz que pediu ao ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva, a suspensão temporária de funções, enquanto estivesses a decorrer as investigações. “Esta opção foi estudada pelo gabinete, mas não existe a figura da suspensão temporária no quadro das IPSS e, portanto, saio", explica ao Expresso.

A Lusa tentou contactar Paula Brito e Costa e o Ministério da Solidariedade, mas ainda não obteve respostas.

Paula Brito e Costa sai três dias depois de uma investigação da TVI sobre a gestão da associação Raríssimas - Associação Nacional de Doenças Mentais e Raras, financiada por subsídios do Estado e donativos.

A investigação mostra documentos que colocam em causa a gestão da instituição de solidariedade social, nomeadamente da sua presidente, Paula Brito e Costa, que alegadamente terá usado o dinheiro em compra de vestidos e vários gastos pessoais. "A minha presença já está a afetar a instituição e tenho de sair. Esta é uma cabala muito bem feita", afirma Paula Brito e Costa ao Expresso.

Na segunda-feira, a Procuradoria-Geral da Republica (PGR) informou que o Ministério Público está a investigar a Raríssimas, após uma denúncia anónima relativa a alegadas irregularidades na gestão financeira e ao uso indevido de dinheiros da associação pela sua presidente.

Também na segunda-feira, o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social anunciou que vai “avaliar a situação” da Raríssimas e “agir em conformidade”, após a denúncia de alegadas irregularidades na gestão financeira e de uso indevido de dinheiros da associação pela sua presidente.

Antes da posição do Ministério, a direção da Raríssimas divulgou um comunicado na rede social Facebook no qual diz que as acusações apresentadas na reportagem são “insidiosas e baseadas em documentação apresentada de forma descontextualizada”, afirmando que as despesas da presidente em representação da associação estão registadas “contabilisticamente e auditadas, tendo sido aprovadas por todos os órgãos da direção”.

A direção da Raríssimas destaca ainda que, “contrariamente ao que foi dito na reportagem, não está em causa a sustentabilidade financeira” da associação.