O Fator Humano pode ser compreendido como uma avaliação da interferência do Homem na Biodiversidade e na Natureza da qual faz parte.

Simplificando, este interferência pode ser negativa ou positiva e quando objetivada, encontra-se algures numa escala ou num ponto de uma linha imaginária entre estes dois extremos. O seu valor, dentro de uma determinada escala, depende do comportamento da pessoa, do grupo, da empresa, da instituição ou do governo de um país.

A razão de ser de nos preocuparmos com o comportamento de cada um de nós, é de que este influencia a qualidade do meio ambiente de todos nós. O comportamento dos outros, e o nosso, é determinante para a nossa saúde e para todos os outros aspetos da nossa existência.

Mas, o Homem não atua somente no seu meio Ambiente Natural. Atua também no seu meio Ambiente Social. Assim, temos de acrescentar ao Fator Humano de tudo o que fazemos, produzimos e consumimos, (transformamos) mais dois especificadores: as Liberdades Individuais e os Direitos do Homem.

A razão da escolha destes dois indicadores é a de que a sua negação conduz a um estado de degradante subdesenvolvimento generalizado do ser humano (o Homem sem Liberdades Individuais) e à existência do Homem num ambiente social extremamente opressivo, violento e traumático (o Homem sem Direitos Humanos). Assim, para salvaguardarmos o nosso meio ambiente, do qual dependemos e fazemos parte, a nossa liberdade e humanismo (o amor pelos homens e o lado bom da nossa história comum) devemos determinar o Fator Humano de tudo o que fazemos.

O código QR para comportamentos

O Fator Humano é a soma do valor atribuído à resposta a quatro perguntas que se aplicam a tudo o que fazemos, produzimos e consumimos. Em que é que, como e em que medida um determinado produto, serviço ou organização protege e promove:

  1. a Biodiversidade
  2. a Natureza
  3. as Liberdades Individuais
  4. os Direitos Humanos

Caso este valor seja negativo, pode qualquer pessoa decidir ignorar o artigo, o serviço, o governo ou uma qualquer empresa que manifestamente tem comportamentos antissociais perigosos que põem todos os seres humanos e o nosso planeta em risco de extinção.

O acesso à informação e a liberdade de escolha, são direitos fundamentais que acarretam responsabilidades.

O valor energético e o conteúdo dos produtos que compramos nos supermercados, o certificado energético de um imóvel, a etiqueta energética nos eletrodomésticos, assim como a descrição dos valores que norteiam as empresa, instituições e serviços públicos constituem informação interessante, mas largamente insuficiente. É também interessante (?) poder ler numa embalagem que esta “é mais amiga do ambiente”, mas sabermos qual é o seu Fator Humano, vai constituir uma mais-valia importante.

Qualquer cidadão, em qualquer lugar do planeta, poderá então decidir não comprar, nem consumir, um determinado produto, nem fazer uso de um serviço que o torna cúmplice e financiador de comportamentos que destroem o seu meio ambiente e submetem seres humanos a condições de vida sub-humanas.

Um artigo de opinião de Manuel Fernando Menezes e Cunha, Psicólogo da Saúde e Economista do Desenvolvimento.