Os portugueses que chegaram este domingo a Portugal vindos da China e que estão em duas unidades de saúde da capital já foram visitados pela equipa de sanidade internacional que está a estudar e a monitorizar o surto de coronavírus que teve origem na cidade de Wuhan.
A ministra da Saúde, Marta Temido explicou esta segunda-feira que ainda está a ser afinada a "logística" dos cidadãos sob observação, mas não há "elementos clínicos a assinalar". "Os portugueses repatriados encontram-se todos bem", garantiu.
Neste momento, as equipas de profissionais de saúde procuram melhorar o conforto dos cidadãos sob observação. "Livros, jornais e internet" foram algumas das "amenidades" referidas por Marta Temido que devem ser disponibilizadas nas próximas horas aos cidadãos em quarentena.
Não apresentam tosse, nem febre, nem dificuldade respiratória
"Não apresentam tosse, nem febre, nem dificuldade respiratória", garantiu depois a Diretora-Geral da Saúde (DGS), Graça Freitas, na mesma conferência de imprensa.
"Os testes foram negativos e os doentes estão assintomáticos para o novo coronavírus", frisou Graça Freitas, que considerou esta esta segunda-feira "um dia de ajustes a um novo espaço, a novos companheiros e a uma nova realidade".
Sob vigilância ativa duas vezes por dia
A diretora-geral da Saúde explica que as visitas foram realizadas depois da hora de almoço para respeitar o descanso dos cidadãos. "A par de exames negativos, nenhuma destas pessoas desenvolveu sintomatologia compatível com a síndrome", assinala Graça Freitas. "Estas pessoas encontram-se bem, dentro das limitações que têm, como as de não estarem em instalações hoteleiras", comentou.
Os resultados preliminares das análises aos portugueses que chegaram no domingo de Wuhan deram negativo para o novo coronavírus (2019 n-CoV). A DGS disse esta segunda-feira, em nota de imprensa, que os cidadãos "vão continuar a ser acompanhados por dois médicos da Sanidade Internacional, que vão garantir a vigilância ativa duas vezes por dia e estarão sempre disponíveis para contacto".
Os 20 cidadãos repatriados, 18 portugueses e dois brasileiros, foram instalados em instituições dedicadas para o efeito no Hospital Pulido Valente (Centro Hospitalar de Lisboa Norte) e no Parque da Saúde de Lisboa, onde irão permanecer em isolamento profilático durante 14 dias. Treze estão no Hospital Pulido Valente e sete no Parque da Saúde de Lisboa, conhecido por Júlio de Matos. Durante esse período, o grupo em isolamento não pode receber visitas para além dos controlos médicos.
Número de mortes voltou a aumentar
O número de mortes provocadas pelo novo coronavírus subiu para 362, depois de 56 pessoas terem morrido na China e uma nas Filipinas, anunciaram hoje as autoridades da província de Hubei. No seu balanço diário, a comissão de saúde da província onde se situa Wuhan, a cidade onde começou o contágio, afirmou que foram registados 2.829 novos casos de infeção no surto de pneumonia provocado pelo novo coronavírus.
Desde dezembro já surgiram 17.205 casos em toda a China da doença que levou a Organização Mundial de Saúde (OMS) a decretar uma emergência mundial e que já se espalhou a mais de 25 países. No domingo, morreu a primeira pessoa infetada fora da China, nas Filipinas: um chinês de 44 anos, natural de Wuhan.
Um avião da Força Aérea Portuguesa transportou no domingo para Lisboa um grupo de 20 pessoas — 18 portugueses e duas cidadãs brasileiras — retiradas da cidade chinesa de Wuhan, foco do novo coronavírus. No avião de transporte C-130 da Força Aérea Portuguesa, as pessoas que decidiram sair de Wuhan, foram acompanhadas por oito tripulantes e oito profissionais de saúde, incluindo uma equipa de sanidade internacional.
Veja em baixo o mapa interativo com todos os casos de coronavírus confirmados
Se não conseguir ver o mapa desenvolvido pela Universidade Johns Hopkins, siga para este link.
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